
- Banco do Brasil estuda desviar transações em dólar e contratou advogados nos EUA.
- Ameaça de sanções pressiona BBAS3, com risco de lucros e dividendos menores.
- Caso escale, bancos brasileiros podem enfrentar penalidades bilionárias como já ocorreu com o BNP Paribas.
O Banco do Brasil (BBAS3) entrou em modo de contenção de crise. Após os EUA usarem a Lei Magnitsky para sancionar o ministro Alexandre de Moraes, a instituição começou a desenhar um plano de contingência caso Washington amplie as medidas contra ministros do STF, ou até contra o próprio banco, que administra contas do Supremo e da máquina pública.
Fontes revelam que o BB consultou escritórios de advocacia nos EUA e estuda até redirecionar parte de suas transações em dólar para outras unidades no exterior, em Nova York e Miami. Nada foi decidido, mas o simples fato de tais medidas estarem na mesa acendeu o alerta máximo no mercado.
Pressão política vira risco financeiro
O caso já ultrapassou a esfera jurídica. Sendo assim, para executivos do BB, a situação é inédita: de um lado, decisões do STF sobre Bolsonaro; do outro, o governo Trump, disposto a usar sanções econômicas como arma política.
Ademais, a preocupação central é que uma eventual condenação do ex-presidente leve os EUA a expandirem o escopo das punições.
Nesse cenário, o Banco do Brasil estaria diante de uma “escolha impossível”: obedecer às sanções americanas ou às decisões do Supremo. Desse modo, o dilema afeta diretamente a percepção de risco da estatal no mercado financeiro.
Impacto nas ações BBAS3
Desde agosto, os papéis do Banco do Brasil acumulam forte volatilidade, com quedas de até 3% em um único pregão sempre que notícias sobre possíveis sanções ganham fôlego.
Nesse sentido, analistas afirmam que, mesmo sem medidas concretas, o simples rumor já reduz a visibilidade sobre lucros e dividendos.
Além disso, investidores estrangeiros podem reduzir exposição caso o risco político-externo se intensifique.
Nesse ponto, a comparação com o caso BNP Paribas em 2014, que pagou US$ 9 bilhões por descumprir sanções dos EUA, circula como exemplo do que está em jogo.
Governo e bancos em alerta
O governo brasileiro, principal acionista do BB, também abriu consultas com especialistas em política internacional.
Para Brasília, não se trata apenas de proteger uma instituição financeira, mas de resguardar a soberania sobre o sistema bancário.
Outros bancos brasileiros também receberam cartas-padrão do Tesouro americano pedindo informações sobre como estão cumprindo a Lei Magnitsky. Por fim, a mensagem foi clara: a pressão pode escalar.