O Banco do Brasil (BBSA3) tem sido um alvo de preocupação para os investidores, devido ao risco de interferência política, que pode transformá-los em “sócios do Governo Federal”. No entanto, o Santander acredita que o mercado está ignorando o lado positivo de se investir em um banco público. Em um relatório ousado, o analista Henrique Navarro descreve os benefícios do BB e argumenta que os riscos de ser uma estatal não são tão grandes quanto se imagina.
Entre os benefícios destacados por Navarro, estão a abrangente presença física do BB, um enorme portfólio de crédito no agronegócio, um financiamento mais barato, a gestão de fundos públicos com taxas atrativas e o acesso a negócios do governo nas transações de IB. Segundo o Santander, o BB possui uma grande capilaridade, atendendo 97% dos municípios brasileiros, o que se torna um diferencial em relação aos bancos privados. A mesma lógica se aplica à presença no agronegócio. O BB sempre foi usado como uma ferramenta do governo para impulsionar esse setor, o que lhe conferiu uma participação de mercado de 52%.
No que diz respeito ao financiamento, o BB possui uma estrutura diversificada e acesso a depósitos judiciais, que têm baixa remuneração e representam 28% do financiamento do banco. Os depósitos de poupança também são maiores no BB do que nos bancos privados. Navarro observa ainda que o BB administra muitos fundos do governo com taxas de administração atrativas, gerando uma receita estimada de R$ 2,4 bilhões ao ano para o banco.
Embora existam riscos, como a possibilidade de o governo utilizar o BB como instrumento de política monetária, o Santander considera esse risco baixo. O banco ressalta o alto padrão de governança trazido pela Lei das Estatais e destaca que qualquer mudança que possa impactar negativamente o BB seria alertada pelos membros independentes do conselho. O Santander já incorporou o risco de intervenção política em seu custo de capital próprio, fixando-o em 17%, acima do custo de capital próprio dos bancos privados.
Recomendação | Valor |
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Lucro | R$ 36,8 bilhões (projeção) |
ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) | 18% (projeção de longo prazo) |
Preço-alvo | R$ 75 por ação |
Upside potencial | 74% em relação ao preço atual |
Custo de equity | 17% (incorporado pelo Santander) |
O Santander aumentou sua projeção de lucro do BB de R$ 35,6 bilhões para R$ 36,8 bilhões este ano, no limite máximo das projeções da própria empresa, e elevou sua expectativa de retorno sobre o patrimônio líquido de longo prazo do BB de 16% para 18%. O preço-alvo para a ação do BB também foi revisado, passando de R$ 62 para R$ 75, representando um potencial de valorização de 74% em relação ao preço atual. O Santander está confiante no potencial do Banco do Brasil e está disposto a apostar nele, mesmo com o risco inerente de ser uma estatal.
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