
- Caso a inflação siga resistente, o Banco Central pode continuar elevando os juros em próximas reuniões
- O BC pode indicar que futuras altas serão menores, como um ajuste de 0,25 ou 0,50 ponto percentual em maio
- Outra estratégia seria manter um discurso mais neutro, deixando as decisões futuras condicionadas à evolução dos indicadores econômicos
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se prepara para elevar a taxa básica de juros (Selic) a 14,25% ao ano nesta quarta-feira (19), marcando o maior patamar desde 2016.
A decisão, amplamente esperada pelo mercado, reflete o compromisso da autoridade monetária em conter a inflação, mesmo diante de sinais de desaquecimento da economia.
Cenário atual e expectativas
- Maior taxa desde 2016: Se confirmado, o aumento levará a Selic ao mesmo patamar registrado durante a crise econômica do governo Dilma Rousseff.
- Superquarta no mercado: O Copom e o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, anunciam simultaneamente suas decisões sobre juros, impactando o mercado global.
- Divergências sobre os próximos passos: Enquanto parte dos analistas prevê uma desaceleração nas altas, outros acreditam que o BC manterá uma postura mais aberta, sem se comprometer com futuras decisões.
Impacto da Selic e projeções
Com o aumento da Selic, a economia pode sentir os seguintes efeitos:
- Crédito mais caro: Empréstimos e financiamentos ficarão ainda mais onerosos para empresas e consumidores, o que tende a reduzir o consumo e os investimentos.
- Inflação sob controle: A taxa de juros elevada tem como objetivo conter o avanço da inflação, que em fevereiro acumulava 5,06% nos últimos 12 meses.
- Dólar e investimentos: O real pode se valorizar com a alta dos juros, tornando os ativos brasileiros mais atrativos para investidores estrangeiros.
O que esperar do Copom?
Economistas apontam que o Copom pode seguir três caminhos principais:
- Manter ritmo de altas: Caso a inflação siga resistente, o Banco Central pode continuar elevando os juros em próximas reuniões.
- Sinalizar desaceleração: O BC pode indicar que futuras altas serão menores, como um ajuste de 0,25 ou 0,50 ponto percentual em maio.
- Evitar comprometimentos: Outra estratégia seria manter um discurso mais neutro, deixando as decisões futuras condicionadas à evolução dos indicadores econômicos.
Apesar das incertezas, o consenso entre analistas é de que o Copom manterá uma postura firme no combate à inflação, garantindo que as expectativas permaneçam ancoradas. O próximo movimento do BC dependerá do comportamento da atividade econômica e do cenário global nos próximos meses.