Inflação alimentar

Sem café e sem picanha: preço dos alimentos não para de subir

O grupo Alimentos e Bebidas do IPCA registrou alta de 0,96%, o quinto aumento consecutivo, entenda os detalhes da inflação alimentar.

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  • O aumento nos preços do grupo Alimentos e Bebidas foi impulsionado por produtos como cenoura, tomate e café moído
  • Desde novembro, a inflação dos alimentos tem mostrado sinais de desaceleração, oferecendo alguma esperança para os consumidores
  • Produtos como cereais e leite apresentaram pequenas quedas nos preços, ajudando a equilibrar as altas

O grupo Alimentos e Bebidas, responsável por uma parte significativa do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), voltou a registrar alta em janeiro de 2025.

O aumento de 0,96% é o quinto mês consecutivo de avanço nos preços deste setor, segundo os dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Essa alta reflete a pressão inflacionária nos supermercados e na mesa do brasileiro. Ainda, com destaque para produtos como cenoura, tomate e café moído, que continuam a impactar diretamente o bolso do consumidor.

Evolução do preço dos alimentos

Nos últimos seis meses, a variação nos preços dos alimentos foi a seguinte:

  • Agosto: queda de -0,44%
  • Setembro: alta de 0,50%
  • Outubro: alta de 1,06%
  • Novembro: alta de 1,55%
  • Dezembro: alta de 1,18%
  • Janeiro: alta de 0,96%

Embora os preços tenham continuado a subir em janeiro, a boa notícia é que, desde novembro de 2024, a inflação dos alimentos apresenta sinais de desaceleração. Isso pode ser um reflexo das medidas adotadas pelo governo. Além da mudança nos hábitos de consumo dos brasileiros, que estão mais atentos aos preços e priorizando compras mais econômicas.

Produtos que pesaram no orçamento dos brasileiros

Dentre os produtos alimentícios que mais influenciaram o índice de janeiro, a cenoura e o tomate se destacaram com altas expressivas.

A cenoura, por exemplo, viu seu preço aumentar em 36,14%, enquanto o tomate teve um avanço de 20,27%. Esses aumentos foram impactados, em parte, pelas questões climáticas e pela sazonalidade da produção agrícola.

Outro grande vilão nas prateleiras dos supermercados foi o café moído, que teve um aumento de 8,56%. O café, que já vinha sendo um dos produtos com maiores variações de preço em 2024, continua a preocupar os consumidores. Principalmente, aqueles que dependem da bebida para o seu dia a dia.

Principais variações

O relatório do IBGE mostrou que, entre os subgrupos, os tubérculos, raízes e legumes registraram a maior alta, com um aumento de 8,19%.

Além disso, os preços de pescados subiram 1,71%, aves e ovos tiveram um aumento de 1,69%, e açúcares e derivados subiram 1,33%. Esses aumentos refletem tanto a pressão de custos na produção quanto a demanda constante por esses itens nas mesas brasileiras.

Por outro lado, alguns itens apresentaram recuo nos preços. Os cereais, leguminosas e oleaginosas, por exemplo, apresentaram uma queda de -0,86%. Enquanto, os óleos e gorduras tiveram uma redução de -0,41%.

O leite e derivados também registraram um pequeno declínio de -0,30%. Esses recuos, embora mais discretos, ajudam a balancear o impacto das altas.

Desaceleração da inflação

Embora a inflação dos alimentos tenha sido positiva em janeiro, o fato de ela ter desacelerado desde novembro é um alento para os consumidores. A alta registrada no final de 2024 foi de 1,55% em novembro, a maior do período, e foi seguida por uma redução gradual nos meses subsequentes.

Essa desaceleração pode indicar que, apesar das variações de preço, a inflação alimentar está perdendo força.

Impacto no orçamento

Com o custo dos alimentos ainda em alta, as famílias brasileiras continuam a sentir os efeitos dessa inflação. O aumento nos preços de itens básicos, como legumes, carnes e pescados, coloca pressão no orçamento familiar, especialmente para aqueles que já enfrentam dificuldades financeiras.

A necessidade de adaptação ao novo cenário econômico é cada vez mais evidente, com muitos consumidores buscando alternativas para reduzir o impacto desses aumentos no seu dia a dia.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ