
- A viagem para Roma custou ao governo R$ 24 mil em diárias de assessores, sem contar passagens e hospedagens
- Apesar das críticas, o governo federal ainda não divulgou os custos totais da viagem, incluindo hospedagem e passagem
- A primeira-dama começou a divulgar sua agenda institucional, após críticas sobre a falta de transparência nas suas ações públicas
A Presidência da República gastou pelo menos R$ 24 mil para cobrir as diárias de quatro assessores da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, em viagem para Roma.
O valor corresponde ao pagamento de 2,5 diárias internacionais de R$ 6 mil para cada um dos auxiliares, que são servidores da Presidência da República. Os assessores acompanharam Janja no evento de governança do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), de 10 a 12 de fevereiro.
Representação internacional
O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Wellington Dias, convidou Janja para representar o Brasil no evento.
Sem esse convite oficial, a primeira-dama não teria permissão legal para participar da reunião.
A viagem inclui não apenas o evento do FIDA, mas também uma audiência com o papa Francisco e um encontro com a diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos da ONU. O retorno de Janja ao Brasil está previsto para o dia 13 de fevereiro.
A transparência sobre os gastos relacionados às viagens de Janja tem sido alvo de críticas. Embora a Presidência tenha confirmado os gastos com as diárias, não informou o valor total da viagem, que ainda deve incluir passagens e hospedagens.
O Ministério do Desenvolvimento Social afirmou que divulgará os custos da viagem no Diário Oficial, mas sem previsão de data.
Desde o início de 2025, Janja passou a publicar sua agenda institucional em sua conta no Instagram, atendendo a uma cobrança por maior transparência nas suas atividades.
Omissões e sigilo
As omissões e o sigilo em torno dos gastos do governo federal com viagens e demais despesas da primeira-dama Janja têm gerado críticas significativas à gestão.
A falta de transparência sobre essas despesas tem sido uma das maiores reclamações em relação à atuação de Janja, especialmente em relação às viagens internacionais que realiza em nome do governo.
Recentemente, o governo se recusou a responder a um pedido feito com base na Lei de Acesso à Informação, que solicitava detalhes sobre o local de hospedagem e os gastos da primeira-dama durante uma viagem a Nova York.
Na ocasião, Janja participou da comitiva brasileira do Ministério das Mulheres na 68ª sessão da Comissão sobre a Situação da Mulher, da ONU.
A recusa em fornecer informações em quatro instâncias consecutivas aumentou a pressão por maior clareza nos processos e nas finanças públicas. A falta de respostas adequadas gerou um sentimento de opacidade. Dessa forma, o que alimentou a demanda por uma declaração mais transparente das atividades e despesas da primeira-dama.
Em resposta às críticas, o governo foi pressionado a revisar sua postura sobre a divulgação de informações públicas relacionadas às viagens e compromissos da primeira-dama.