Reforma ministerial

Sem rumo: Lula admite que "nem seu ministério sabe o que o governo faz"

Presidente cobra mais conhecimento das ações do governo e sinaliza reforma ministerial após queda de popularidade.

Sem rumo: Lula admite que "nem seu ministério sabe o que o governo faz"
  • Lula critica ministros por desconhecimento das ações do governo
  • Reforma ministerial começa com a saída da ministra da Saúde
  • Presidente defende Janja e pede maior atuação política do PT

O presidente Lula (PT) criticou, neste sábado (22), a falta de conhecimento dos ministros sobre as ações do governo. Durante a comemoração do aniversário do PT, no Rio de Janeiro, Lula afirmou que nem seus auxiliares diretos sabem o que está sendo feito na gestão federal.

A declaração ocorreu às vésperas de uma reforma ministerial, motivada pelo recuo na popularidade do governo apontado em pesquisas recentes.

Ministros desconhecem ações do governo

Lula relatou a insatisfação durante uma reunião ministerial realizada no mês passado.

“Descobri na reunião que o ministério do meu governo não sabe o que estamos fazendo. Se o ministério não sabe, o povo muito menos”, afirmou o presidente.

A crítica veio após uma queda de 11 pontos percentuais na aprovação do governo em dois meses, conforme o Datafolha. O índice caiu de 35% para 24%, enquanto a reprovação subiu de 34% para 41%.

O presidente avaliou que a baixa aprovação contrasta com indicadores econômicos positivos, como o crescimento do PIB e a redução do desemprego.

Ele atribuiu parte do problema à comunicação do governo, destacando que agora “não tem mole” e que “não haverá mais mentiras contra o governo”. Contudo, em referência à recente troca no comando da Secretaria de Comunicação Social (Secom). O marqueteiro Sidônio Palmeira assumiu o cargo após a saída de Paulo Pimenta.

Reforma ministerial começa pela Saúde

Lula, portanto, deve iniciar a reforma ministerial nesta terça-feira (25), em reunião com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, cuja demissão já está definida.

O presidente pretende substituir Nísia por Alexandre Padilha (PT), atual ministro da Secretaria de Relações Institucionais. A mudança, no entanto, busca reforçar a articulação política do governo em áreas estratégicas.

Ao comentar a escolha dos ministros, Lula reconheceu que “de vez em quando a gente erra”, sinalizando que outras pastas também podem passar por ajustes. Entre os nomes cotados para integrar o governo está Gleisi Hoffmann, presidente do PT, que recebeu elogios do presidente durante o evento.

“Não tem ninguém dentro do partido que tenha a capacidade de presidir o PT como a Gleisi”, afirmou Lula, destacando o papel dela na defesa do partido em momentos de crise.

Apoio a Janja e críticas ao mercado

O presidente também saiu em defesa da primeira-dama, Janja da Silva, alvo de críticas da oposição. Lula incentivou Janja a continuar seu trabalho sem se abalar.

“Ou você para de fazer o que gosta, ou continua até eles perceberem que não vão mudar sua ideologia. Isso é uma guerra”, afirmou.

Ele destacou que, em sua casa, “é proibido proibir” e reforçou o apoio à atuação da esposa.

No discurso, Lula criticou o mercado financeiro, os Estados Unidos e as big techs, empresas de tecnologia que, segundo ele, têm impacto negativo na sociedade.

O presidente defendeu a necessidade de o PT se aproximar novamente da população.

“Precisamos voltar a discutir política dentro das fábricas, nos locais de trabalho, nas periferias e nas igrejas. Se a gente só aparece de quatro em quatro anos para pedir voto, seremos iguais a todos os partidos”, disse.

Rocha Schwartz
Paola Rocha Schwartz
Estudante de Jornalismo, apaixonada por redação e escrita! Tenho experiência na área educacional (alfabetização e letramento) e na área comercial/administrativ