O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decretou, nesta segunda-feira (18), a falência da Sete Brasil, uma empresa criada em 2010 para atuar como afretadora de sondas no setor de exploração de petróleo do pré-sal. A decisão foi motivada pelo descumprimento do plano de recuperação judicial da companhia, que estava em processo desde 2016, quando a empresa foi envolvida em escândalos de corrupção investigados pela operação Lava Jato.
O processo judicial, que contou com a realização de 44 assembleias ao longo dos anos, não conseguiu reverter a situação financeira da Sete Brasil, que, segundo a decisão, não apresenta mais condições de recuperação. Durante este período, a empresa apresentou 18 versões de seu plano de recuperação, sem sucesso.
O juiz responsável pela decisão, em sua sentença, destacou que “da extensa trajetória do presente feito recuperacional, verifica-se que a recuperanda não apresenta mais condições para seu soerguimento”, referindo-se ao fato de que, após mais de oito anos, a Sete Brasil não foi capaz de superar a crise financeira.
Passivo de R$ 36 bilhões e aumento de despesas administrativas
O passivo da Sete Brasil, que inicialmente era de R$ 17 bilhões, mais do que dobrou desde o início do processo de recuperação judicial. Segundo informações da Justiça, o passivo a descoberto alcançou agora a cifra de R$ 36 bilhões. Esse aumento significativo foi acompanhado por um crescimento das despesas administrativas, o que agravou ainda mais a situação financeira da empresa, que, com dificuldades em renegociar suas dívidas, viu a falência como única alternativa viável.
A Sete Brasil, que tinha como objetivo atender a contratos milionários com a Petrobras, se viu em uma posição difícil após o envolvimento em esquemas de corrupção revelados pela Lava Jato. Além das investigações, o cenário macroeconômico e a queda nos preços do petróleo contribuíram para o colapso financeiro da companhia.
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Impacto no setor de petróleo e gás
A falência da Sete Brasil tem um impacto considerável no setor de petróleo e gás, especialmente no que diz respeito aos contratos de afretamento de sondas para a exploração do pré-sal. A empresa foi uma das principais fornecedoras de sondas para a Petrobras, operando com cerca de 11 unidades em alto-mar. Com a falência, a empresa deverá passar por um processo de liquidação de ativos, o que pode afetar os contratos em andamento e prejudicar a continuidade de algumas operações.
A Sete Brasil representa um caso emblemático de como as crises financeiras e a corrupção podem impactar empresas de grande porte, com consequências diretas para a indústria e a economia do país. O caso também ressalta as dificuldades de recuperação de grandes companhias, mesmo após a implementação de planos judiciais e negociações de dívidas.
A decisão do TJRJ confirma o fechamento de mais um capítulo na saga da Sete Brasil, que, após anos de tentativas de recuperação, não conseguiu se reerguer. A falência é agora o próximo passo para a empresa, com a expectativa de que os próximos meses tragam mais informações sobre o futuro de seus ativos e contratos.
