Montante equivale aos juros, às tarifas e taxas mais acessíveis praticadas pelo Sicoob, somados ao compartilhamento do resultado, de acordo com levantamento da instituição
Quem recorreu a empréstimo bancário, ao cheque especial ou entrou no rotativo do cartão de crédito em 2021 provavelmente se assustou com as taxas de juros praticadas pelo mercado bancário.
Do lado do cooperativismo, no entanto, os custos de quem buscou esse amparo financeiro foram menos impactantes. De acordo com levantamento realizado pelo Sicoob, apenas em 2021 os cooperados do Sistema economizaram diretamente R$ 13,6 bilhões em juros, taxas e tarifas, considerando os preços praticados pelo Sistema versus a média do mercado. Somando essa economia com o montante das sobras (resultado) do exercício, no valor de R$ 4,5 bilhões — que também pertencem aos cooperados (como donos do negócio) –, os cooperados que fizeram algum negócio no período tiveram, em média, ganho econômico individual de R$ 4.202,00.
Segundo o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, Ênio Meinen, “o resultado dos preços e margens de contribuição diferenciados nas operações e nos serviços mais a divisão do excedente contábil compõem o valor cooperativo agregado, que é como designamos o efeito econômico e social da atuação cooperativa”.
No caso do crédito comercial (livre), por exemplo, enquanto a taxa média mensal do Sicoob foi 1,30%, os juros médios do mercado foram 2,47% ao mês. Só essa diferença permitiu que os cooperados poupassem mais de R$ 9 bilhões no ano.
Vale lembrar que o resultado do exercício é compartilhado entre os cooperados na proporção dos negócios por estes realizados no período (empréstimos, aplicações, uso do cartão etc.). Isso significa que, além dos ganhos comparativos já obtidos nas contratações diretas, os cooperados tiveram uma redução complementar de custos na taxa de juros e nas tarifas pagas, e um ganho adicional de remuneração para os seus depósitos mantidos na cooperativa.
“O fato de as cooperativas não visarem ao lucro faz com que consigam praticar preços mais acessíveis e justos. Essa característica deve-se ao fato de o usuário das operações e serviços ser também o dono da entidade. Ou seja, nas cooperativas os “clientes” (cooperados) compartilham o capital, a administração e também o resultado econômico. Daí afirmarmos que a economia compartilhada, novo paradigma proposto para o mundo empresarial, é da essência do empreendedorismo cooperativo”, afirma Meinen.
Compromisso social e propósito
De acordo, ainda, com o executivo, “esses números, mais os investimentos expressivos em projetos socioeconômicos nas comunidades assistidas, fazem com que a atuação do Sicoob convirja fielmente com o seu propósito de conectar pessoas para promover justiça financeira e prosperidade. A opção pelo cooperativismo, portanto, significa bem mais que uma simples escolha financeira, pois além do acesso a produtos e serviços de qualidade a um custo módico, representa desenvolvimento econômico e social em milhares de localidades em nosso país.”