
- Lucro e Ebitda da Taurus caem drasticamente no 1T25, com retração de até 89%
- Receita líquida e lucro bruto recuam mais de 20%, indicando perda de fôlego operacional
- Dívida líquida dispara 92%, e empresa entra em estado de alerta financeiro
A Taurus Armas (TASA4), uma das principais fabricantes de armamentos do mundo, começou 2025 sob forte pressão financeira. A companhia reportou um lucro líquido de R$ 18,6 milhões no primeiro trimestre (1T25), valor 1,6% inferior ao mesmo período do ano passado, quando lucrou R$ 18,9 milhões.
Embora a queda anual pareça modesta, o recuo de 54,1% em relação ao quarto trimestre de 2024 escancara o impacto da desaceleração operacional da empresa.
O cenário se agrava com o desempenho do Ebitda, que despencou 89,2% na comparação anual, totalizando apenas R$ 7 milhões. O número, portanto, também representa uma retração de 87,8% ante o trimestre imediatamente anterior, indicando um encolhimento drástico da rentabilidade operacional.
A receita
A receita líquida da Taurus também sofreu uma retração considerável, alcançando R$ 349,1 milhões, queda de 22,2% em relação ao 1T24. E, ainda, de 23,3% frente ao último trimestre do ano passado.
O lucro bruto, por sua vez, caiu 22,4% na comparação anual e 31,5% em relação ao trimestre anterior, fechando o período em R$ 112,9 milhões.
Esses números revelam uma empresa enfrentando sérios desafios tanto em volume de vendas quanto em margem operacional. A combinação de queda nas receitas e compressão dos lucros aponta para uma demanda mais fraca por armamentos. Além da possível elevação de custos e maior dificuldade em repassar preços ao consumidor.
A Taurus
Fundada em 1939, a Taurus é reconhecida mundialmente como uma das maiores fabricantes de armas leves, com presença marcante em mais de 100 países. A empresa tem sede no Rio Grande do Sul e mantém fábricas no Brasil e nos Estados Unidos.
Ao longo das últimas décadas, a companhia, no entanto, se destacou pela produção em larga escala de revólveres, pistolas e rifles. Além de contratos com forças de segurança e clientes civis.
Apesar desse histórico de expansão, os dados financeiros mais recentes revelam um ponto de inflexão preocupante. A dívida líquida da Taurus disparou no trimestre, atingindo R$ 535,9 milhões. Contudo, um salto de 92,1% na comparação anual e de 17,1% em relação ao final de 2024.
Esse aumento no endividamento contrasta com o encolhimento do caixa operacional. Dessa forma, gerando dúvidas sobre a sustentabilidade financeira da companhia caso o cenário desafiador se prolongue.
A deterioração dos indicadores acendeu, portanto, o alerta entre analistas e investidores. O desempenho fraco pode levar a revisões negativas em projeções futuras e aumentar a pressão por medidas de ajuste interno.
Para reverter a tendência, a Taurus precisará melhorar margens, conter o avanço da dívida e reconquistar espaço no mercado externo. Caso contrário, a companhia pode enfrentar dificuldades para manter sua posição de destaque em um setor altamente competitivo e regulado.