Dívida do governo

Sob Lula, dívida pública deve chegar a R$ 8,5 trilhões em 2025

O Tesouro Nacional estima que a dívida pública federal pode chegar a R$ 8,5 trilhões ao fim de 2025. O Plano Anual de Financiamento também prevê aumento na emissão de Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), que podem representar até 52% da dívida, ao mesmo tempo em que a participação de títulos prefixados e atrelados à inflação será mantida.

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O Tesouro Nacional do Brasil apresentou nesta terça-feira (4) o Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2025, que traça diretrizes importantes para a administração da dívida pública federal (DPF). As estimativas indicam que a dívida pode variar entre R$ 8,1 trilhões e R$ 8,5 trilhões ao final deste ano. Além disso, o prazo médio da dívida está projetado para ficar entre 3,8 e 4,2 anos.

O documento apresenta não apenas as metas para a administração da DPF, mas também as estratégias do governo para captação de recursos ao longo de 2025. A composição da dívida será baseada em uma série de parâmetros, com as seguintes previsões:

  • Títulos atrelados à taxa Selic: entre 46,3% e 52% do total da dívida.
  • Títulos prefixados: entre 19% e 23%.
  • Títulos atrelados à inflação: entre 24% e 28%.
  • Vencimentos: em 12 meses, entre 16% e 20%.

Além disso, o documento fornece ainda dados sobre o longo e médio prazo da dívida pública. Para 2035, os indexadores devem variar da seguinte forma: 35% de participação para títulos prefixados e aqueles ligados a índices de preços, 23% para taxas flutuantes e 7% para câmbio. Há um intervalo de 2 pontos percentuais para mais ou para menos em todos os casos.

O benchmark foi estabelecido com um prazo médio de 3 anos para os títulos prefixados, 7,5 anos para os ligados a índices de preços e câmbio, e 3,5 anos para a taxa flutuante. Há ainda um intervalo de tolerância de 0,3 ano para títulos prefixados e flutuantes, e de 0,5 ano para aqueles indexados a preços e câmbio.

O médio prazo da DPF está estimado em 5 anos, com um intervalo de 0,5 ano, e 20% do total deve vencer em 12 meses, com variação de 2 pontos percentuais. O Tesouro projeta um aumento na participação de juros flutuantes nos primeiros anos, porém espera uma reversão na composição no médio prazo.

No documento, a pasta do Tesouro destaca a importância das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs), que permanecem essenciais para o financiamento, uma vez que permitem prazos mais longos do que os títulos prefixados. Para 2025, está programado um aumento na emissão de LFTs.

As LFTs são indexadas à taxa Selic, atualmente em 13,25% ao ano, e são vistas como de baixo risco para os investidores. No entanto, a elevada quantidade de títulos de dívida emitidos leva ao aumento dos custos com juros para o governo, multiplicando o custo da dívida pública.

Em momentos de insegurança econômica, a demanda por essas letras tende a aumentar, pois elas não incorrerão em perdas em caso de oscilações nas taxas de juros e garantem uma rentabilidade estável, além de proteções contra a volatilidade do mercado.

“É natural e, dadas as condições, que haja ainda alguma demanda forte por títulos com taxas flutuantes e não podemos trabalhar contra a demanda de mercado”, disse o secretário do Tesouro, Rogério Ceron, durante uma coletiva de imprensa. Ele complementou que o governo tem tentado se adaptar à demanda efetiva, sem forçar preços no mercado.

Ceron ainda destacou que o PAF de 2025 não traz “grandes mudanças” em relação à estratégia adotada no relatório de 2024 e que a ideia é manter o colchão de liquidez da forma que está, de acordo com o que foi visto em 2023.

Adicionalmente, o cronograma de leilões será novamente publicado trimestralmente neste ano, promovendo maior previsibilidade para os investidores e o mercado financeiro. O documento reflete a intenção do governo em seguir uma rota de transparência e estratégia cuidadosa na gestão da dívida pública federal, visando minimizar riscos e atender às demandas do mercado de forma responsável.

Fernando Américo
Fernando Américo
Sou amante de tecnologias e entusiasta de criptomoedas. Trabalhei com mineração de Bitcoin e algumas outras altcoins no Paraguai. Atualmente atuo como Desenvol