
- STF condena Jair Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado
- Donald Trump critica decisão, enquanto Marco Rubio promete retaliação dos EUA
- Itamaraty reage e acusa ingerência, reforçando a soberania da democracia brasileira
A condenação de Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) acendeu um novo capítulo de tensão diplomática. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a sentença como “muito terrível” e insinuou perseguição política, aproximando sua situação judicial à do ex-presidente brasileiro.
Desse modo, o cenário se agravou após a fala do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que prometeu resposta “adequada” à decisão do STF, acusando o ministro Alexandre de Moraes de liderar uma “caça às bruxas”. A reação imediata do Itamaraty foi classificar as declarações como ingerência e reafirmar que a democracia brasileira não será intimidada.
Condenação histórica e reação de Trump
O STF formou maioria pela condenação de Bolsonaro pelos crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito, organização criminosa e danos ao patrimônio público. A pena fixada chega a 27 anos e 3 meses de prisão, tornando o ex-presidente o primeiro líder brasileiro a receber condenação criminal por tentativa de golpe.
Em pronunciamento, Donald Trump disse que sempre considerou Bolsonaro um “homem notável” e que a decisão da Justiça brasileira representa um retrocesso. Assim, ele comparou o caso às ações judiciais que enfrenta nos Estados Unidos, sugerindo semelhanças no que chamou de perseguições políticas.
Desse modo, a fala reforça a aliança pessoal entre os dois políticos e intensifica o clima de confronto diplomático entre Brasil e EUA.
Ameaças de Washington
Se o tom de Trump chamou atenção, a fala mais dura veio de Marco Rubio. Pelo X (antigo Twitter), o secretário de Estado acusou o STF de perseguir Jair Bolsonaro e prometeu que os EUA “responderão de forma adequada”.
Além disso, Rubio já havia articulado sanções em julho, incluindo Alexandre de Moraes na lista da Lei Magnitsky. Agora, a sinalização é de que novas medidas políticas, comerciais ou diplomáticas podem ser adotadas.
Portanto, o posicionamento amplia a escalada beligerante da política externa de Trump e pressiona o Brasil em um momento delicado de relações comerciais, já abaladas pelas tarifas impostas contra produtos nacionais.
Itamaraty reage e defende soberania
O Ministério das Relações Exteriores reagiu rapidamente. Em nota oficial, o Itamaraty acusou Rubio de tentar intimidar a Justiça brasileira e reafirmou a independência das instituições nacionais.
Segundo a chancelaria, “ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano não intimidarão a nossa democracia”. Ademais, o comunicado destaca ainda que as provas que embasaram a decisão do STF foram “contundentes e inquestionáveis”.
Por fim, a resposta marca mais um episódio de atrito na relação bilateral, que já vinha sofrendo desgaste com medidas econômicas e sanções políticas adotadas pelo governo Trump.