Superfaturamento: Governo Lula pagou R$ 271 milhões sem licitação à empresa de Taxi Aéreo de deputada

A deputada federal Helena da Asatur (MDB-RR) está no centro de uma nova polêmica que envolve cifras milionárias e contratos públicos. Investigada pela Polícia Federal, a parlamentar é sócia da empresa Voare Táxi Aéreo, que recebeu R$ 271 milhões do governo Lula desde o início de 2023.

Voare Taxi Aéreo recebeu R$ 271 milhões do Governo Lula

Os pagamentos foram realizados por meio de 17 contratos com diferentes ministérios, incluindo Saúde, Justiça e Defesa. O que chama atenção é que mais de R$ 96 milhões foram repassados sem licitação, levantando suspeitas sobre favorecimento e irregularidades administrativas.

Contratos milionários sob suspeita

A empresa da deputada passou a atuar com frequência em contratos públicos durante a atual gestão federal. Do total de R$ 271 milhões, aproximadamente um terço foi repassado diretamente, sem concorrência pública, com justificativas baseadas em urgência ou especificidade do serviço.

Os contratos envolvem, principalmente, o transporte aéreo em regiões de difícil acesso, com foco na região Norte. No entanto, os valores chamaram atenção de órgãos de controle, e agora também da Polícia Federal, que já investiga se houve superfaturamento ou tráfico de influência.

Investigação e histórico polêmico

A parlamentar e seu marido, Renildo Evangelista Lima, são alvos de operação da PF por suspeita de crimes eleitorais. O casal teria usado a estrutura da empresa para benefício político, além de movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada.

Renildo já havia ganhado notoriedade em 2024 após ser flagrado com dinheiro escondido na cueca durante uma abordagem da PF. Mesmo após o episódio, os contratos com a União continuaram sendo assinados normalmente — inclusive alguns com dispensa de licitação.

Proximidade com o Planalto

Helena da Asatur tem sido vista em eventos oficiais ao lado de ministros e do próprio presidente Lula. Nas redes sociais, a deputada ostenta fotos com lideranças do governo, inclusive com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, responsável por parte dos repasses à empresa.

A proximidade política alimenta suspeitas de que os contratos milionários possam ter sido facilitados por conexões no alto escalão do governo. Parlamentares da oposição prometem acionar o Tribunal de Contas da União e cobrar explicações formais do Executivo.

Resumo em tópicos

• R$ 271 milhões foram pagos pelo governo Lula à empresa da deputada Helena da Asatur;
• R$ 96 milhões foram repassados sem licitação, gerando suspeitas de favorecimento;
• A parlamentar e o marido são alvos de investigação da PF por crimes eleitorais.