Mercado de olho

Taesa (TAEE11) sobe 3%, mas detalhe no balanço pode virar pesadelo para investidores — veja qual

Mercado se anima com anuncio de dividendos, mas analistas identificam motivo para preocupação

Taesa - TAEE11
Foto: Reprodução

As ações da Taesa (TAEE11) operam em alta nesta quinta-feira (8), após a companhia divulgar seu balanço financeiro referente ao 1° trimestre de 2025. Por volta das 12:30, os papéis subiam 3,04%, cotados a R$ 35,94.

O desempenho das ações é ancorado pelo resultado ‘sólido’ da empresa durante o período. Durante os três primeiros meses de 2025, a Taesa registrou um lucro líquido de R$ 188 milhões, em linha com as expectativas do mercado.

Diante desse resultado, a companhia anunciou o pagamento de R$ 0,88 por unidade em dividendos, equivalente a um dividend yield de 2,6%, a serem pagos em duas parcelas (28 de maio e 27 de novembro).

Essa é a principal justificativa para o animo entre os investidores, já que analistas avaliam os números como ‘neutros’ e identificam risco eminentes.

XP Investimentos mantém cautela sobre a Taesa

A XP Investimentos classificou os números da Taesa como “neutros”, destacando um EBITDA (lucro antes juros, impostos e amortizações) ajustado de R$ 510 milhões, praticamente em linha com os R$ 509 milhões estimados.

Já o resultado financeiro veio pressionado: as despesas líquidas superaram as previsões, somando R$ 344 milhões ante os R$ 312 milhões esperados.

Esse impacto, no entanto, foi amenizado por um ganho fiscal inesperado e uma receita de equivalência patrimonial acima do projetado.

Diante disso, a casa manteve sua recomendação ‘neutra’ para a Taesa, com um preço-alvo de R$35 por ação.

Genial investimentos fica preocupada

A Genial Investimentos também manteve a recomendação de ‘manter‘ para o papel. A corretora acendeu um sinal amarelo quanto à sustentabilidade do crescimento. “A alavancagem atingiu o maior nível do setor, o que limita a capacidade de competir por novos projetos”, destacou a Genial.

No primeiro trimestre de 2025, a alavancagem da Taesa atingiu 4,1x dívida líquida/EBITDA — a mais alta entre os pares do setor.

Dessa forma, a casa ainda criticou o baixo número de empreendimentos em desenvolvimento e o curto prazo médio das concessões remanescentes.

Apesar disso, destacou que alguns aspectos operacionais foram favoráveis: a energização de reforços na TSN (+R$ 38,9 milhões em RAP) e a vantagem contratual de ter 60% da receita indexada ao IGPM, que subiu mais que o IPCA no período.

Isso deve gerar uma defasagem positiva entre receitas e custos nos próximos reajustes.

O que esperar da TAEE11 agora?

Com a Taesa (TAEE11) negociando a uma taxa interna de retorno implícita de 9%, frente aos 7,2% das NTN-Bs 2045, a XP e a Genial concordam: não há um gatilho claro de valorização no curto prazo.

O desempenho da empresa é sólido, mas o nível de endividamento e a limitação de crescimento mantêm os analistas na defensiva.

José Chacon
José Chacon

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.

Jornalista em formação pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com passagem pela SpaceMoney. É redator no Guia do Investidor e cobre empresas, economia, investimentos e política.