
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros gerou forte rejeição entre os eleitores brasileiros. Segundo pesquisa AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, 62,2% dos entrevistados consideram a medida injustificada, enquanto apenas 36,8% a classificam como justificada. Outros 1% afirmaram não saber ou preferiram não opinar.
O levantamento ouviu 2.481 eleitores brasileiros entre os dias 11 e 13 de julho e tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
A consulta foi realizada poucos dias após o anúncio oficial das tarifas, que impactam setores estratégicos do agronegócio, aço e bens industrializados.
Opinião pública pressiona por firmeza diplomática
A forte maioria que rejeita a tarifa de Trump reflete o sentimento nacionalista diante do que é percebido como uma ação protecionista desproporcional dos EUA e com viés político.
Isso porque, ao anunciar as tarifas, Trump usou motivações políticas para justificá-las — citando o tratamento dado pelo Judiciário ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a empresas de tecnologia dos EUA. Isso não ocorreu em comunicações com outros países.
Bolsonaro, aliado de Trump, é réu no STF por supostamente liderar uma tentativa de golpe relacionada aos ataques de 8 de janeiro de 2023. O julgamento deve ocorrer entre o fim de agosto e início de setembro.
No entanto, na última segunda-feira (14), a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal a condenação do ex-presidente pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
As acusações fazem parte das alegações finais apresentadas na ação penal que apura a tentativa de ruptura institucional planejada pelo núcleo próximo ao ex-presidente.
Segundo a PGR, Bolsonaro liderou uma organização criminosa armada voltada a desacreditar o sistema eleitoral, incitar ataques a instituições democráticas e articular medidas de exceção.
Em interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) em junho, Bolsonaro negou que tenha liderado a trama golpista.