
- Haddad confirmou que a tarifa zero será bandeira de Lula em 2026.
- Estudo técnico analisa custos, subsídios e alternativas de financiamento.
- Mercado reagiu com alta dos juros futuros e pressão sobre Bolsa e dólar.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a proposta de tarifa zero no transporte público deve ser uma das bandeiras centrais da campanha de reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026.
Segundo Haddad, o governo já conduz um estudo técnico detalhado sobre a viabilidade da medida. A avaliação envolve custos do setor, subsídios públicos e impacto sobre empresas de transporte, trabalhadores e meio ambiente.
Estudo em andamento
De acordo com o ministro, a Fazenda está fazendo uma “radiografia completa” do setor, a pedido de Lula. A ideia é mapear quanto o poder público já subsidia, quanto as empresas destinam via vale-transporte e qual é o peso direto sobre o bolso dos trabalhadores.
Nesse sentido, Haddad destacou que o levantamento inclui gargalos tecnológicos e oportunidades para modernizar a mobilidade urbana. Ademais, o objetivo é verificar formas alternativas de financiamento para sustentar a tarifa zero de forma estrutural.
“O presidente sabe que esse tema tem forte apelo social e ambiental. Vamos perseverar nesses estudos para entender todas as possibilidades de financiamento e sustentabilidade do transporte público”, afirmou.
Impacto no mercado
As especulações sobre um programa nacional de tarifa zero já vinham repercutindo entre investidores. Na semana passada, apenas os rumores elevaram as taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs), usados como termômetro da política monetária.
Após as falas de Haddad nesta terça-feira, os mercados voltaram a reagir. Além disso, os juros futuros subiram e as preocupações fiscais pesaram sobre o desempenho do Ibovespa e do dólar.
Desse modo, para analistas, o custo elevado da proposta pode pressionar as contas públicas e aumentar as incertezas fiscais em um momento em que o governo já enfrenta desafios para cumprir metas de equilíbrio orçamentário.
Bandeira política
Internamente, o Planalto vê a tarifa zero como uma bandeira de forte apelo eleitoral, com potencial de mobilizar trabalhadores urbanos e reforçar o discurso de inclusão social. Lula teria pedido à equipe econômica rapidez na análise para apresentar um modelo antes de 2026.
A proposta, no entanto, divide opiniões. Para críticos, o financiamento integral do transporte público pode inflar os gastos do governo e reduzir a margem de manobra da política monetária. Já defensores dizem que a medida pode aliviar a renda do trabalhador e reduzir custos sociais com mobilidade.
Por fim, a discussão deve ganhar força nos próximos meses, com a Fazenda avaliando cenários de implementação gradual ou modelos híbridos de subsídio.