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Taxa Selic: o impacto da redução é a longo prazo para o consumidor final

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Em decisão nesta quarta-feira (2), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central cortou os juros do país em 0,5 ponto percentual, para 13,25% ao ano. Esta é a primeira redução desde agosto de 2020, quando o Banco Central baixou a Selic para a mínima histórica do ano (com objetivo de conter os efeitos da crise provocada pela Covid-19). 

Mesmo com a queda, o país continua no topo do ranking global de juros reais acima do México e Colômbia, aponta o levantamento da MoneYou. No último boletim Focus, as projeções apontam para uma Selic de 12% até o fim de 2023 e 9,25% ao ano até o final de 2024. Segundo o Copom, “existe a necessidade de perseverar com uma política monetária contracionista até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”.

No cenário de investimentos, o impacto da redução é a longo prazo. De acordo com a estimativa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), vai ocorrer uma pequena queda nas principais modalidades de crédito usadas pelo consumidor brasileiro. 

No cartão de crédito ocorrerá uma redução de 2,2 percentual, indo de 427,3% (quando a Selic era de 13,75%) para 425,1%, seguido do cheque especial que ficará em 155,8%, emprestimo pessoal em financeiras (132,1%), juros do comércio (91,6%), empréstimo pessoal em bancos (61,8%) e crédito direto ao consumidor em 28,5%. 

De forma prática, com a nova taxa de juros, uma pessoa que entrar no cheque especial em R$ 1.000 por 30 dias iria pagar R$ 130,70 e com a redução vai pagar R$ 129,80 na operação, uma diferença de apenas R$ 0,90. Para aquele que comprar uma geladeira de R$ 2.000 e dividir o valor em 12 vezes iria ter parcelas de R$ 405,91 e agora vão pagar R$ 402, 76, redução de R$ 3,15. 

De acordo com Fernando Lamounier, especialista em educação financeira e diretor de novos negócios da Multimarcas: 

“Esta redução impacta em diferentes investimentos como a renda fixa e variável, uma vez que gera uma menor rentabilidade. Isso faz com que os investidores busquem outras opções mais rentáveis, porém, arriscadas como a bolsa de valores”. 

O especialista ressalta que a decisão do Copom pode gerar mais empregos, assim como a redução de preços. O acesso a créditos mais baratos motiva as empresas a investir em equipamentos e contratações, afetando diretamente no custo das operações e colaborando com a diminuição dos preços ao consumidor final. 

“O consórcio também se torna uma alternativa para aquisição de outros bens, como a casa própria, visto que quanto maior a taxa, maior o valor dos financiamentos imobiliários, tornando a modalidade cada vez mais atrativa ao substituir juros por taxas de administração”, afirma Lamounier.