
- Nubank pediu licença bancária nos EUA para atuar como banco nacional
- Cristina Junqueira será CEO da subsidiária e Campos Neto presidirá o conselho
- Ações viraram para alta em Nova York após o anúncio
O Nubank (ROXO34) deu um passo ousado na sua estratégia global e pediu uma licença bancária nacional nos Estados Unidos. O movimento, feito junto ao Office of the Comptroller of the Currency (OCC), abre caminho para que a fintech brasileira atue no maior mercado financeiro do mundo.
A iniciativa marca a fase mais ambiciosa da empresa desde sua fundação em 2013. A companhia informou que Cristina Junqueira assumirá como CEO da subsidiária integral da Nu Holdings e liderará a futura operação nos Estados Unidos.
O plano americano
O pedido de licença permitirá que o Nubank ofereça contas correntes, cartões de crédito, empréstimos e custódia de ativos digitais. A empresa afirma que, no início, vai atender principalmente clientes latino-americanos já residentes nos Estados Unidos.
Segundo o cofundador e CEO global David Vélez, o mercado americano é inevitável. “O PIB é dez vezes maior que o do Brasil. Só o Texas já tem uma economia maior que a brasileira, mas ainda é um mercado com muitas carências”, destacou.
O processo, no entanto, não será imediato. Vélez adiantou que a autorização deve levar “vários anos” para sair, período em que o banco digital pretende estruturar sua operação local e iniciar testes.
Conselho de peso
A governança da nova unidade será reforçada por um conselho de administração com nomes de peso do setor financeiro. Roberto Campos Neto, ex-presidente do Banco Central, foi escolhido como chairman.
Além dele, também participam Cristina Junqueira, o ex-COO do Nubank Youssef Lahrech, o ex-acting comptroller da OCC Brian Brooks e a executiva Kelley Morrell, que tem passagem pelo Tesouro dos EUA e pelo grupo Blackstone.
Portanto, o movimento reforça a estratégia de internacionalização do Nubank, que já obteve avanços no México, onde recebeu autorização preliminar para atuar como banco múltiplo.
O tamanho da aposta
Hoje, o Nubank soma 123 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. A expansão para os EUA representa não apenas diversificação geográfica, mas também um posicionamento estratégico em um mercado que movimenta trilhões de dólares.
No segundo trimestre de 2025, o banco digital registrou receita recorde de US$ 3,7 bilhões, com alta de 40% na comparação anual. Ademais, o resultado reforça a confiança da empresa em disputar espaço com players como a britânica Revolut.
Na Bolsa de Nova York, a Nu Holdings tem valor de mercado de US$ 77 bilhões. Por fim, após o anúncio, as ações viraram de queda de 2% para fechar em alta de 0,46% nesta terça-feira (30).