O IMA Geral (Índice de Mercado ANBIMA, da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), que reflete a rentabilidade dos títulos públicos negociados em mercado, encerrou 2022 com valorização de 9,66%. O resultado superou o retorno alcançado em 2021, que havia sido de 0,96%. A carteira das LFTs, representada pelo IMA-S, foi o destaque do período, com variação acumulada de 12,74%, a maior entre os subíndices do IMA pelo segundo ano consecutivo. Em seguida, vieram os títulos prefixados de vencimentos até um ano, espelhados no índice IRF-M1, com avanço de 12,02%. O pior desempenho de 2022 foi do IMA-B5+, que acompanha a carteira de prazos mais longos (NTN-Bs acima de cinco anos), cujo rendimento foi de 3,3%.
Segundo Marcelo Cidade, economista da ANBIMA, o destaque positivo dos títulos de curtíssimo prazo e o baixo desempenho dos mais longos refletiram o ambiente de incertezas e de aversão a risco dos agentes em 2022. “Com as surpresas negativas da inflação, o mercado realizou sucessivas reavaliações nas previsões de preços, o que acabou impactando a trajetória dos juros e os preços dos ativos”, avalia. Em janeiro do ano passado, o Grupo Consultivo Macroeconômico da Associação estimava que o IPCA ficaria em 5,2% no ano, mas a projeção foi revisada até chegar a 9,1% em junho. No último trimestre, as expectativas foram reajustadas para baixo, diante das desonerações promovidas pelo governo federal nas tarifas de combustíveis e energia elétrica.
Títulos privados: debêntures indexadas à Taxa DI diária se destacam no ano
O IDA Geral (Índice de Debêntures ANBIMA), que reflete os títulos corporativos marcados a mercado, variou 10,64% em 2022. O destaque fico com o subíndice IDA-DI (debêntures indexadas à taxa DI diária), que avançou 14,56%. Já o IDA Infraestrutura (que acompanha os papéis com isenção fiscal) registrou variação de 5,02%, a mais baixa entre os indicadores do IDA.