
- Inflação perde ritmo em março, mas ainda registra a maior alta para o mês desde 2023
- Alimentos e combustíveis continuam impactando os preços, com destaque para ovos e tomate
- Inflação acumulada em 12 meses ultrapassa 5%, superando o teto da meta
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) perdeu força e subiu 0,64% em março, contra 1,23% registrado em fevereiro. Apesar da desaceleração, o indicador seguiu acima das expectativas do mercado, que projetava alta de 0,7%. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,26%, acima do limite superior da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que permite oscilações entre 1,5% e 4,5%. Esse índice é o maior registrado desde o início de 2023, evidenciando pressões persistentes sobre os preços.
Alimentos puxam inflação
O setor de alimentação e bebidas foi o principal responsável pela alta do mês, com aumento de 1,09%. Os itens mais afetados foram:
- Ovos de galinha: +19,44%
- Tomate: +12,57%
- Café moído: +8,53%
- Frutas: +1,96%
A alimentação fora de casa também subiu 0,66% em março, acima do registrado no mês anterior (+0,56%), pressionada pelo aumento das refeições (+0,62%) e lanches (+0,68%).
Combustíveis também pressionam
Os combustíveis registraram alta significativa, com impacto direto no custo do transporte:
- Óleo diesel: +2,77%
- Etanol: +2,17%
- Gasolina: +1,83% (maior impacto no índice do mês)
- Gás veicular: +0,08%
O aumento também refletiu no subitem “trem”, que subiu 1,9% devido ao reajuste de 7,04% nas tarifas do Rio de Janeiro.
Variação dos grupos
- Alimentação e bebidas: +1,09%
- Transportes: +0,92%
- Despesas pessoais: +0,81%
- Habitação: +0,37%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,35%
- Comunicação: +0,32%
- Vestuário: +0,28%
- Educação: +0,07%
- Artigos de residência: +0,03%
Mesmo com a desaceleração, os números confirmam a pressão inflacionária e reforçam a preocupação com o comportamento dos preços ao longo do ano. O mercado segue atento às próximas decisões do Banco Central e aos efeitos das políticas econômicas na tentativa de controlar a inflação.