
- Lula acelera alianças com Brics e Sul Global enquanto protege a agenda multilateral
- A heterogeneidade do bloco limita respostas unânimes mas a reforma da OMC vira eixo comum
- O agro mantém exportações firmes porém o ruído político e o tarifaço exigem contrapesos rápidos
O presidente Lula decidiu acelerar alianças comerciais, sobretudo com Brics e países do Sul Global, para abrir rotas alternativas ao tarifaço dos Estados Unidos. Além disso, o presidente colocou o Itamaraty em modo de guerra diplomática e prepara uma teleconferência de alto nível.
Enquanto isso, ele falou com China, Rússia e Índia, e mirou França e Alemanha para sustentar a estratégia multilateral. Assim, o governo busca mais mercado sem ceder em temas institucionais.
Escalada diplomática
O Planalto acionou uma frente de conversas para reduzir danos e, ao mesmo tempo, ganhar fôlego comercial. Além disso, a equipe econômica acompanha impactos setoriais e sugere contramedidas.
O Itamaraty coordena a agenda com Brics e parceiros do Sul Global, porque vê espaço para acordos de facilitação e compras públicas. Assim, a prioridade recai sobre rotas de maior tração imediata.
Ao mesmo tempo, a chancelaria mantém pontes com europeus. Portanto, França e Alemanha entram no radar como apoio político à pauta multilateral.
Brics heterogêneo e aposta na OMC
O governo reconhece que a resposta conjunta do Brics é difícil. Ainda assim, Brasília tenta alinhavar pontos mínimos para não travar a ação coletiva.
Além disso, a diplomacia elevou a pressão pela reforma da OMC. Segundo o Itamaraty, destravar o Órgão de Apelações volta a dar previsibilidade às disputas.
Como os EUA bloqueiam nomeações desde Trump, o sistema perdeu força. Portanto, o Brasil trabalha com G20 e parceiros para recolocar o tema na mesa.
Agro em alta, mas com alerta
Mesmo sob tensão, o agro somou US$ 15,6 bilhões em julho, avanço de 1,5% no ano. Além disso, volumes e preços ajudaram o saldo.
O café brilhou com alta de 25,3% no valor exportado, enquanto a China liderou compras com US$ 5,62 bilhões. Em seguida, veio a União Europeia com US$ 2,36 bilhões.
Ao mesmo tempo, México, Arábia Saudita e Tailândia cresceram, respectivamente, 23%, 28,8% e 18%. Assim, adidos ampliam pauta com corvina, uvas, castanha de caju, óleos e mel.
Choque político e efeitos
Trump voltou a atacar e chamou o Brasil de mau parceiro, enquanto usou o caso Bolsonaro como munição. Além disso, ele defendeu tarifas de 50% e sinalizou nova pressão.
Lula respondeu na hora e disse que negocia, porém não se ajoelha. Assim, o Planalto separa diálogo comercial de temas judiciais.
Em paralelo, Eduardo Bolsonaro afirmou à Reuters que espera mais sanções e possíveis tarifas. Portanto, o ruído político segue no preço e exige resposta coordenada do Congresso e do Executivo.