
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros abalou ainda mais sua imagem entre os brasileiros. De acordo com a nova pesquisa AtlasIntel/Bloomberg, divulgada nesta terça-feira (16), a percepção negativa sobre o republicano disparou para 63,2%, o pior patamar desde o início da série histórica. Já a imagem positiva caiu para 31,9%, uma queda de mais de 6 pontos percentuais em apenas três meses.
A rejeição é alimentada principalmente pela recente escalada na guerra comercial entre Brasil e EUA.
Trump justificou a tarifa com base no tratamento dado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Judiciário brasileiro e em críticas à relação comercial entre os dois países, considerada por ele “desequilibrada”.
Tarifa de Trump é vista como injusta e motivada por política
Segundo o levantamento, 62,2% dos brasileiros consideram a tarifa “injustificada”, enquanto apenas 36,8% a consideram “justificada”. Apenas 1% não soube opinar.
Quando perguntados sobre o que motivou a decisão de Trump, a maioria (40,9%) acredita que se trata de uma retaliação contra a participação do Brasil no BRICS.
Outros 36,9% apontam a atuação da família Bolsonaro junto ao ex-presidente norte-americano como principal causa. Já 16,8% veem a medida como uma resposta às decisões do STF contra plataformas de redes sociais norte-americanas.
Soberania ameaçada?
O impacto da medida também acendeu um debate mais profundo sobre soberania nacional. Para 50,3% dos entrevistados, a nova tarifa representa, sim, uma ameaça à autonomia do Brasil. Outros 47,8% discordam, e 1,8% não souberam responder.
A medida anunciada em 9 de julho de 2025 tem potencial de gerar perdas bilionárias para a economia brasileira. Apenas em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões para os EUA, o equivalente a 12% de todas as exportações nacionais.
Com a nova tarifa, parte desse valor corre risco — seja pela queda na competitividade ou por possíveis retaliações diplomáticas.
A pesquisa AtlasIntel/Bloomberg foi realizada entre os dias 11 e 13 de julho de 2025, com 2.841 entrevistas on-line em todos os 26 estados e o Distrito Federal. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.