
- Tarifaço de Trump derrubou em quase 20% as exportações brasileiras para os EUA em agosto
- China e México ampliaram as compras, compensando parte da perda de mercado americano
- Superávit comercial do Brasil saltou 35,8%, mostrando resiliência mesmo em meio à guerra tarifária
As exportações brasileiras para os Estados Unidos recuaram 18,5% em agosto, logo após Donald Trump impor uma tarifa de 50% sobre os produtos do Brasil. O impacto foi imediato e deixou setores tradicionais em alerta, diante da perda de espaço no mercado americano.
Por outro lado, o comércio exterior brasileiro mostrou fôlego. As vendas para a China cresceram 29,9% no mês, enquanto o México ampliou suas compras em 43,8%, absorvendo parte da produção que perdeu destino nos EUA. O movimento reforça a rápida adaptação da balança comercial brasileira em meio à guerra tarifária.
Tarifaço e impacto imediato
O tarifaço de Trump começou a valer em 6 de agosto e já se refletiu nos números oficiais divulgados pelo Mdic. As exportações brasileiras aos EUA somaram forte queda, evidenciando a dependência de determinados setores do mercado americano.
O setor agropecuário e de manufaturados foi o mais atingido, com relatos de contratos cancelados e margens comprimidas. Empresas que tinham nos EUA seu principal destino agora buscam alternativas rápidas para não perder competitividade.
Mesmo diante do baque, o governo brasileiro já havia preparado estratégias para diversificar destinos e reduzir o peso da economia americana na balança comercial.
China e México viram protagonistas
Enquanto os EUA recuavam, a China avançava. O maior parceiro comercial do Brasil ampliou suas compras em quase 30%, absorvendo commodities agrícolas e minerais que antes seguiam para o mercado americano.
Além disso, o México também despontou como aliado estratégico, com crescimento de 43,8% nas importações do Brasil. A recente visita do governo federal à Cidade do México foi crucial para ampliar esse canal.
Portanto, esses dois mercados, juntos, funcionaram como um colchão imediato contra o impacto das tarifas americanas, mostrando a importância da diversificação comercial em tempos de incerteza.
Superávit robusto e sinais para o futuro
Apesar da pressão dos EUA, a balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 6,133 bilhões em agosto. O saldo representa avanço de 35,8% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Ademais, as exportações totalizaram US$ 29,861 bilhões, contra importações de US$ 23,728 bilhões. Esse resultado reforça que, mesmo em meio à guerra tarifária, o Brasil conseguiu sustentar números positivos.
Por fim, para especialistas, o desafio será manter essa resiliência caso os EUA ampliem as sanções. A aposta em China e México deve se aprofundar, mas há risco de concentração excessiva em poucos parceiros.