- Trump acusa Zelensky de ser um “ditador” e questiona os gastos americanos na guerra da Ucrânia
- Zelensky rebate e diz que Trump está propagando desinformação russa
- Putin elogia negociações com Washington e sugere retomada da cooperação
A relação entre os Estados Unidos e a Ucrânia sofreu um novo abalo após o presidente Donald Trump chamar Volodymyr Zelensky de “ditador” e alertá-lo de que ele “precisa agir rápido ou não terá mais um país”.
A declaração, publicada na plataforma Truth Social na última quarta-feira (19), evidencia uma guinada na postura americana sobre a guerra na Ucrânia e reforça a crescente tensão entre os dois líderes.
Críticas e acusações
Trump culpou Zelensky pela invasão russa de 2022 e afirmou que o líder ucraniano convenceu os Estados Unidos a investir US$ 350 bilhões em um conflito “impossível de vencer”. O presidente também acusou Zelensky de impedir eleições na Ucrânia e alegou que sua popularidade no país está em queda.
As declarações de Trump indicam uma mudança drástica na política externa americana, que desde o início da guerra tem sido um dos principais apoiadores militares e financeiros da Ucrânia.
Além disso, Trump conduziu reuniões bilaterais com a Rússia sobre o conflito sem incluir representantes ucranianos. Dessa forma, o que intensificou o mal-estar diplomático.
Resposta de Zelensky
O presidente ucraniano rebateu as declarações e acusou Trump de propagar desinformação de origem russa.
“Infelizmente, o presidente Trump está repetindo informações que vêm diretamente do Kremlin”, declarou Zelensky em entrevista coletiva realizada em Kiev.
Zelensky também contestou as alegações de que a Ucrânia teria uma dívida de US$ 500 bilhões com os EUA em minerais raros e outros recursos. Segundo ele, os gastos totais do país na guerra são de aproximadamente US$ 320 bilhões, dos quais US$ 200 bilhões vieram de assistência militar internacional.
O Departamento de Estado americano confirmou que a contribuição dos EUA atinge cerca de US$ 60 bilhões.
Putin elogia negociações com EUA
Enquanto Trump e Zelensky trocavam críticas, o presidente russo, Vladimir Putin, elogiou o diálogo entre Moscou e Washington durante reuniões realizadas na Arábia Saudita. Segundo Putin, essas negociações representam “o primeiro passo para retomar a cooperação em diversos temas de interesse mútuo”.
Putin também manifestou interesse em se encontrar com Trump, mas ressaltou que qualquer reunião exigiria “preparação substancial”. A declaração sugere um possível realinhamento diplomático entre as potências, caso Trump retorne à Casa Branca.