- O TSE decidiu, no dia 17, proibir as apostas online sobre os resultados das eleições municipais de 2024, abrangendo todo o país
- Os sete ministros da corte aprovaram, contudo, a decisão por unanimidade durante uma sessão que buscava reforçar a integridade do processo eleitoral
- A decisão, no entanto, insere as apostas eleitorais na categoria de “ilícitos eleitorais”, modificando a resolução anterior sobre o tema
- A presidente do TSE, ministra Cármen Lúcia, explicou que a proibição visa aumentar a segurança jurídica e a transparência do pleito
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, nesta terça-feira (17), pela proibição das apostas online relacionadas aos resultados das eleições municipais de 2024 em todo o território nacional. Os sete ministros da corte aprovaram a medida por unanimidade em uma sessão que visou reforçar a lisura do processo eleitoral brasileiro.
A decisão altera a resolução vigente do TSE que trata dos chamados “ilícitos eleitorais”, inserindo as apostas em resultados eleitorais nessa categoria. A presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, destacou que a proibição busca “assegurar maior efetividade jurídica eleitoral”. Além de garantir “um pleito seguro, transparente e com respeito aos eleitores”.
Nas apostas desse tipo, plataformas digitais permitiam aos usuários especular sobre o desempenho dos candidatos nas urnas. Dessa forma, com possibilidades de lucro baseadas no resultado final das eleições. Com a nova medida, o TSE visa mitigar possíveis influências externas ou manipulações que possam comprometer a integridade do processo eleitoral.
O que a legislação permite?
Atualmente, a legislação brasileira permite apostas apenas em eventos esportivos e em alguns jogos online, como o popular “jogo do Tigrinho”. Assim, essas apostas são reguladas e não envolvem questões políticas ou eleitorais. A decisão do TSE, portanto, destaca a importância de manter o processo eleitoral distante de interesses econômicos externos. Estes, que possam colocar em risco a confiança do eleitorado no sistema democrático.
A proibição chega em um momento de crescente popularidade das plataformas de apostas, o que levantou preocupações sobre a possibilidade de exploração do cenário eleitoral por interesses privados.
Em resumo
O TSE proibiu as apostas online nas eleições deste ano para garantir a integridade do processo eleitoral, evitando que interesses econômicos externos influenciem ou manipulem os resultados.
A medida busca assegurar um pleito mais seguro, transparente e confiável, além de proteger os eleitores de possíveis distorções que essas apostas poderiam gerar. Ao incluir as apostas eleitorais na categoria de “ilícitos eleitorais”, o TSE reforça a legalidade e a confiança no sistema democrático.
Cresce o número de brasileiros que trocam a faculdade por jogos de azar
- Cerca de 35% dos potenciais estudantes deixaram de ingressar no ensino superior em 2024 devido aos gastos com apostas on-line
- O desvio de renda para jogos de azar prejudica o consumo, principalmente no setor de varejo, onde o impacto negativo é mais evidente
- A falta de regulamentação eficiente no Brasil permitiu a proliferação de sites de apostas, com novas medidas sendo planejadas para conter o problema
O crescimento das apostas on-line tem impactado diretamente o acesso ao ensino superior no Brasil. Dessa forma, com um número crescente de potenciais estudantes desistindo de cursar uma graduação devido ao comprometimento de suas rendas com jogos de azar. De acordo com uma pesquisa encomendada por instituições privadas de ensino, cerca de 35% das pessoas que planejavam iniciar um curso superior em 2024 e não o fizeram. Assim, redirecionando seus recursos para plataformas de apostas virtuais, como bets e cassinos on-line, incluindo o popular “jogo do tigrinho“. A pesquisa, conduzida pela Educa Insights, aponta que esse fenômeno afeta aproximadamente 1,4 milhão de pessoas.
“Os grupos educacionais agora têm as bets como um novo concorrente”, afirma.
O impacto, portanto, é ainda mais acentuado entre as famílias de baixa renda. Para aquelas com renda per capita de até R$ 2,4 mil, a taxa de desistência chega a 39%. E, entre as famílias com renda de até R$ 1 mil per capita, o percentual salta para 41%. A pesquisa entrevistou 10,8 mil pessoas de diversas classes sociais e regiões do país, todas interessadas em ingressar no ensino superior privado.