
A Polícia Federal (PF) cumpre, na manhã desta sexta-feira (18), mandados judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como parte de uma operação autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As medidas restritivas incluem o uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e limitações de comunicação com diplomatas e outros investigados.
Segundo a defesa de Bolsonaro, os agentes da PF estiveram em sua residência, em Brasília, e também em endereços ligados ao Partido Liberal (PL), legenda à qual o ex-presidente está filiado. A operação ocorre em meio a uma série de investigações que correm sob sigilo na Suprema Corte.
Fontes próximas ao caso afirmam que Bolsonaro deverá permanecer em casa entre 19h e 7h da manhã, está proibido de usar redes sociais e não poderá manter contato com embaixadores ou diplomatas estrangeiros, tampouco frequentar embaixadas.
Além disso, o ex-presidente não poderá se comunicar com outros réus ou investigados em ações do STF, o que inclui nomes próximos do núcleo político e militar que o apoiaram durante seu mandato e após sua saída do governo.
Por que isso está acontecendo?
A operação desta sexta-feira (18) contra Jair Bolsonaro ocorre no contexto das investigações da Operação Contragolpe, conduzida pela Polícia Federal e autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A investigação apura o envolvimento do ex-presidente em uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023.
As suspeitas incluem articulações com militares, disseminação de desinformação e possível planejamento de fuga para o exterior.
Além disso, Bolsonaro também enfrenta outras frentes investigativas, como o chamado caso das joias, no qual já foi indiciado por peculato e lavagem de dinheiro após suspeitas de ter se apropriado indevidamente de joias sauditas recebidas como presentes oficiais.
Esses episódios vêm se somando e contribuindo para o cerco jurídico em torno do ex-presidente.
As novas medidas restritivas impostas pelo STF — como uso de tornozeleira eletrônica, toque de recolher e proibição de comunicação com diplomatas e outros réus — ocorrem em meio à avaliação de que Bolsonaro representaria risco de obstrução de justiça e possível fuga.
Nos bastidores, há também preocupação com a recente escalada de tensões diplomáticas: o ex-presidente norte-americano Donald Trump, aliado de Bolsonaro, ameaçou o Brasil com tarifas de 50% sobre exportações, em protesto às decisões judiciais que atingem seu aliado político.