A mineradora brasileira registrou lucro de R$ 39,940 bilhões em 2023, representando uma queda significativa de 53,6% em comparação com os R$ 86,106 bilhões de 2022. Conforme comunicado divulgado pela mineradora na quinta-feira (22), a empresa destacou que a redução no lucro líquido foi atribuída principalmente aos preços médios realizados mais baixos e ao impacto de perdas cambiais. Este declínio ocorre em um cenário de incerteza em relação à liderança da empresa.
Em dezembro, a Vale comunicou o reconhecimento de um complemento de provisão no montante de R$ 5,841 bilhões, conforme previamente antecipado após o anúncio da BHP Billiton sobre o aumento de sua provisão.
Além disso, a Vale divulgou sua decisão de distribuir R$ 11,7 bilhões em dividendos, referentes à parcela do lucro destinada aos acionistas. Essa quantia se soma aos pagamentos parciais já efetuados, resultando em um total de distribuições de lucros atingindo R$ 30 bilhões ao longo de 2023.
Resultados do 4T23
No último trimestre de 2023, a Vale (VALE3) registrou lucro líquido de US$ 2,4 bilhões no último trimestre de 2023, registrando uma queda de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme anunciado no balanço apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite desta quinta-feira (22).
A empresa destacou que esse resultado foi impactado, em parte, por uma provisão relacionada à Samarco. No acumulado do ano, o lucro líquido da Vale atingiu US$ 8 bilhões, indicando uma redução de 58% em comparação com 2022.
Quanto à geração de caixa, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no quarto trimestre, alcançou US$ 6,3 bilhões, representando um aumento de 37% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 2023, o indicador marcou US$ 19 bilhões, queda de 9% ano contra ano devido aos menores preços de referência médios de minério de ferro, cobre e níquel ao longo do ano, informou a companhia no documento.A empresa atribuiu esse desempenho positivo ao melhor desempenho operacional e aos preços mais elevados do minério de ferro praticados.
Apesar de quedas, Vale segue sendo a “queridinha dos dividendos”
por Leonardo Bruno 06/02/2024
A ação da Vale (VALE3) continua a ser a preferida dos analistas quando o assunto é investir em ações para receber dividendos, mesmo após uma queda de 15% ao longo do ano anterior. Um levantamento realizado pelo Money Times revelou que a Vale recebeu 15 recomendações para o mês de fevereiro, sendo a escolha principal entre 22 carteiras de bancos, corretoras e casas de análise.
Os analistas do BTG Pactual antecipam um ambiente operacional mais favorável para a Vale em 2024. Isso se deve, em grande parte, à expectativa de que os mercados de minério de ferro continuem enfrentando déficits e às contínuas revisões positivas de lucros. A produção chinesa de aço bruto também deve manter-se acima de 1 bilhão de toneladas, graças à demanda por infraestrutura/manufatura e exportações, o que compensará um mercado imobiliário ainda fraco.
“Estamos mais confiantes de que a performance operacional mais fraca da empresa ficou para trás e que a produção/vendas e o desempenho de custos devem continuar a melhorar. Acreditamos que há muito pouco precificado nas ações neste momento”, afirmam os analistas do BTG Pactual.
O Banco Safra também destaca que a mineradora deve continuar gerando um fluxo de caixa sólido e manter níveis atrativos de remuneração aos acionistas. As projeções do banco apontam um dividend yield esperado para a Vale de 8,8% neste ano.