- O preço da cesta básica subiu em 14 das 17 capitais pesquisadas, com Recife registrando a maior alta (4,44%)
- O aumento dos alimentos já supera a inflação de 2024 e impacta a popularidade do governo
- As tarifas impostas pelos EUA à China podem elevar ainda mais os preços no Brasil
O preço da cesta básica aumentou em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo Dieese em fevereiro. A maior alta ocorreu em Recife, com um aumento de 4,44%. Outras capitais também registraram elevações significativas, como João Pessoa (2,55%), Natal (2,28%) e Brasília (2,15%). Apenas Goiânia (-2,32%), Florianópolis (-0,13%) e Porto Alegre (-0,12%) tiveram queda nos preços.
Aumento expressivo nos alimentos
O café liderou a alta dos itens da cesta básica em fevereiro, subindo em todas as capitais analisadas. Os reajustes variaram de 6,66% em São Paulo a 23,81% em Florianópolis. O custo da cesta básica mais elevado foi registrado em São Paulo (R$ 860,53), seguido pelo Rio de Janeiro (R$ 814,90) e Florianópolis (R$ 807,71).
Inflação de alimentos pressiona governo
Nos últimos cinco meses, alimentos e bebidas acumularam uma alta de 5,4%, superando a inflação de todo o ano de 2024 (4,83%), segundo dados do IPCA. O Planalto reconhece que a alta dos alimentos é um dos principais motivos da queda de popularidade do presidente Lula, com 8 em cada 10 brasileiros relatando sentir o peso no bolso.
Impacto internacional pode agravar cenário
A decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de dobrar as tarifas sobre produtos chineses para 20% pode ter reflexos no Brasil. Com a China buscando fornecedores alternativos, a demanda por produtos brasileiros pode crescer, reduzindo a oferta no mercado interno e impulsionando os preços.
Especialistas avaliam que, se o governo não adotar medidas efetivas, os aumentos continuarão pressionando o orçamento das famílias. Possíveis soluções incluem a ampliação de estoques reguladores, incentivos à produção interna e negociações para evitar impactos externos na economia doméstica.