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Volume administrado por gestores de patrimônio chega aos R$ 321,6 bilhões em 2021, crescimento de 22,3%

Ativos de renda fixa ganham espaço na carteira dos investidores. Confira os destaques.

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O volume financeiro administrado pelos gestores de patrimônio alcançou R$ 321,6 bilhões em 2021, uma alta de 22,3% frente a dezembro de 2020, segundo dados da ANBIMA (Associação Brasileira dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Os ativos de renda fixa ganharam espaço na composição das carteiras dos investidores, avançando de 37,6% para 40,2% no ano passado.

Os fundos estruturados, representados aqui por FIPs (Fundos de Investimento em Participações) e imobiliários, cresceram de 8,3% do volume para 10%. A categoria de renda variável perdeu espaço: caiu de 27,3% do portfólio para 22,8%, na mesma base de comparação.

Apesar da queda do IBX e do Ibovespa em 2021 e de uma certa aversão ao risco no 2º semestre do ano passado, a renda variável cresceu R$ 1,4 bilhão no período, comprovando que os gestores de patrimônio mantiveram a estratégia de diversificação notada nos últimos anos”, explica Jan Gunnar Karsten, diretor da ANBIMA.

Volume financeiro

Em relação ao patrimônio líquido, quase todos os ativos tiveram variações positivas. Dentro de renda fixa, o destaque ficou com os títulos públicos, que cresceram 54,9% no último ano e alcançaram R$ 31,9 bilhões, o segundo maior volume financeiro do segmento.

As cotas de fundos de renda fixa concentram a maior parte do patrimônio, com R$ 37,2 bilhões, uma alta de 22,2% na mesma base de comparação. As debêntures ocupam a terceira posição, com R$ 12,9 bilhões, evolução de 28% no ano.

Em renda variável e híbridos (aqueles com características de renda fixa e de variável), as cotas de fundos multimercados chegaram aos R$ 77,8 bilhões em 2021, uma variação de 22,5% frente a dezembro de 2020.

As cotas de fundos de ações subiram 5,8%, batendo os R$ 47,2 bilhões, enquanto as cotas de FIPs e de fundos imobiliários cresceram 63,8% e 23,1%, respectivamente, alcançando R$ 20,4 bilhões e R$ 11,5 bilhões.

As variações negativas ficaram com as ações, que registraram queda de R$ 1,5 bilhão (5,5%), chegando aos R$ 25,3 bilhões; as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), com retração de R$ 200 milhões (9,2%), batendo R$ 1,5 bilhão; e as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), que reduziram o volume em R$ 12,3 milhões (0,3%), estacionando em R$ 4,4 bilhões.

Tipos de instrumentos

As aplicações dos clientes de gestão de patrimônio podem ser feitas por meio de dois instrumentos: fundos de investimento ou carteiras administradas. Os fundos concentram a maior parte do volume financeiro. Eles fecharam 2021 com R$ 228,6 bilhões, uma alta de 24,9% em relação a 2020.

Enquanto isso, as carteiras respondem por R$ 93,1 bilhões, uma evolução de 16,3% frente ao mesmo período.

Na quantidade de instrumentos, as carteiras administradas são maioria: 26.563 frente a 3.121 fundos de investimento.

As carteiras administradas costumam ser criadas individualmente para cada cliente e possuem um ticket de entrada menor, o que explica o alto volume no número desses veículos. Já os fundos voltados para o segmento, em geral, se destinam a uma família de clientes e por isso comportam vários investidores, justificando a menor quantidade, mas o maior volume financeiro”, explica Karsten.

Distribuição pelo país

Todas as regiões do país tiveram variações positivas de patrimônio líquido em 2021. O Sudeste concentra R$ 275 bilhões, um crescimento de 24,1% no ano passado, ou R$ 53,4 bilhões. O Sul responde por R$ 29,4 bilhões, uma alta de 11,2%, ou R$ 3 bilhões.

O Nordeste e o Centro-Oeste totalizam R$ 11,1 bilhões e R$ 5 bilhões, com variações positivas de 8,7% e 23% frente ao ano retrasado. O menor volume dentre as regiões fica com o Norte, que chegou a R$ 1,1 bilhão em dezembro, alcançando a maior variação percentual do período (55,6%).