Foco nas expectativas

XP revisa estimativas para bancos: Alta para Santander, neutra para Bradesco e Nubank

Análise aponta desafios e oportunidades para as principais instituições financeiras brasileiras, com foco nas expectativas de crescimento.

Imagem XP Investimentos - Reprodução XP
Imagem XP Investimentos - Reprodução XP
  • A XP elevou a recomendação para as units do Santander (SANB11) para “compra”, com preço-alvo de R$ 35
  • A diversificação de fontes de financiamento do Santander deve melhorar suas margens e retorno sobre o patrimônio (ROE), com redução do custo de risco
  • Bradesco enfrenta uma reestruturação difícil, com ROE abaixo do custo de capital

A XP Investimentos revisou suas estimativas para as principais instituições financeiras do Brasil. Ainda, com destaque para o setor bancário em meio a um cenário macroeconômico desafiador.

A casa de análise elevou a recomendação para as units do Santander (SANB11) para “compra”. Enquanto, manteve a visão neutra para as ações do Bradesco (BBDC4) e do Nubank (BDR: ROXO34).

O foco da análise se deu nos resultados mais recentes das empresas. Bem como nas projeções macroeconômicas que influenciam, no entanto, o desempenho do setor bancário.

De acordo com os analistas Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, a XP considera que, apesar de um ambiente difícil, o valuation das ações das empresas é um fator importante. Dessa forma, o que levou à revisão nas estimativas de preço-alvo para os papéis.

Para o Bradesco, a recomendação continua neutra, com um preço-alvo de R$ 17 para a ação BBDC4. E, assim, com um potencial de valorização de 49%.

Já para o Santander, o preço-alvo foi elevado para R$ 35. Dessa forma, indicando um upside de 40%. Para o Nubank, a projeção foi de R$ 11,30, mas sem perspectiva de valorização, refletindo o cenário de desafios para o banco digital.

Santander: Impulsiono de perspectivas positivas

O Santander tem apresentado um desempenho positivo que, segundo os analistas da XP, pode ser sustentado por sua estratégia de diversificação no financiamento. A qual busca equilibrar fontes institucionais com recursos do varejo.

Essa mudança pode aumentar as margens financeiras líquidas (NIM), o que por sua vez, deve elevar o retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).

A XP projeta que a estratégia do banco continue a gerar resultados robustos. Assim, com um ROE sustentável mais alto.

Embora o custo de risco (cost of risk) tenha diminuído para 3,5%, ainda há espaço para mais reduções nas provisões. Dado que esse indicador, no entanto, continua elevado quando comparado aos níveis pré-pandêmicos.

Essa perspectiva de queda adicional no custo de risco é vista como um fator positivo para o banco. Assim, o que pode aumentar a lucratividade e garantir um desempenho sólido mesmo em um cenário macroeconômico instável.

A expectativa de valorização para o Santander é uma das mais fortes no setor, com um preço-alvo de R$ 35, que reflete um bom potencial de crescimento.

Bradesco: Reestruturação desafiadora

Por outro lado, a XP apresenta uma visão mais cautelosa em relação ao Bradesco, destacando que o banco está passando por um processo de reestruturação desafiador. Esse processo tem como objetivo reduzir a inadimplência e restaurar a lucratividade.

Apesar de uma melhora no ROE para 12,4% no terceiro trimestre de 2024, os analistas da XP acreditam que o Bradesco enfrentará dificuldades para ultrapassar o custo de capital próprio, que é estimado em cerca de 17% para 2025.

Esse desafio limita o potencial de valorização das ações do banco, razão pela qual a XP manteve sua recomendação neutra para o Bradesco.

Além disso, a XP observa que a situação do Bradesco pode ser impactada pela desaceleração econômica e pelo aumento dos custos operacionais, o que pode dificultar a recuperação plena da instituição a curto prazo.

Com a estrutura em transformação, o banco terá que continuar implementando medidas rigorosas para melhorar a qualidade dos ativos e, principalmente, controlar os níveis de inadimplência, que continuam sendo um dos maiores obstáculos para o desempenho da instituição.

Nubank: Desafios no crescimento

O Nubank, por sua vez, está enfrentando uma série de desafios que limitam suas perspectivas de valorização. A casa de análise destaca que o banco digital sofre com um menor apetite por risco entre os investidores, além de ter que lidar com o aumento dos custos de financiamento.

O cenário de desaceleração econômica também impacta diretamente o crescimento do Nubank, que tem dificuldades para justificar os altos níveis de valuation frente às previsões de crescimento mais modestas.

A XP também menciona que o modelo de negócios do Nubank, que depende fortemente do financiamento de terceiros, pode enfrentar pressões adicionais devido ao custo elevado do capital no cenário atual.

A empresa continuará a ser desafiada a manter seus índices de crescimento robustos em um ambiente de mercado mais adverso.

A recomendação neutra, com um preço-alvo de R$ 11,30, reflete esse contexto mais cauteloso, sem um grande potencial de valorização.