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- A Hypera Pharma recebeu uma proposta da NC Farma, controladora da EMS, para combinar os negócios, visando criar uma gigante farmacêutica
- A EMS, avaliada em R$ 30,3 bi, propõe adquirir até 20% das ações da Hypera. Cujo valor é estimado em R$ 27,2 bi, resultando em uma receita combinada de R$ 15,85 bi
- A fusão promete ganhos operacionais, redução de custos e aumento da capacidade produtiva. Além de permitir inovações e melhorias na oferta de produtos das empresas
- A união pode aumentar a concentração de mercado, levantando preocupações sobre a concorrência. A aprovação de órgãos antitruste será necessária para evitar a formação de monopólios no setor
Na última segunda-feira (21), a Hypera Pharma (HYPE3) anunciou à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que recebeu uma proposta da NC Farma Participações, controladora da farmacêutica EMS. Assim, para combinar os negócios das duas empresas. Essa movimentação no mercado farmacêutico pode resultar na criação de uma gigante na América Latina.
A EMS, avaliada em R$ 30,3 bilhões, propõe a aquisição de até 20% das ações da Hypera. Ainda, que possui um valor estimado em R$ 27,2 bilhões. Carlos Sánchez, fundador e líder da EMS, já estava adquirindo ações da Hypera. Conforme noticiado pelo colunista Lauro Jardim no mês passado. A fusão entre Hypera e EMS, caso aprovada pelo Conselho de Administração da Hypera e pelo CADE, resultaria em uma receita combinada de R$ 15,85 bilhões. Além de um EBITDA de R$ 5 bilhões.
Nomes indicados
De acordo com o comunicado à CVM, o novo conselho de administração da empresa resultante da fusão contará com cinco nomes indicados pela EMS e quatro do atual colegiado da Hypera. As duas empresas possuem portfólios complementares: enquanto a EMS é líder em medicamentos genéricos, a Hypera detém marcas consagradas como Buscopan, Engov e Doril, além de atuar em diversos segmentos, incluindo produtos de prescrição e cuidados com a pele, através da linha Mantecorp Skincare.
Analistas destacam que a Hypera já buscava crescimento no setor de genéricos, onde a EMS tem uma presença forte. A Hypera é reconhecida por sua competitividade no mercado de produtos não prescritos, onde concorre com cosméticos, suplementos e outros itens acessíveis ao consumidor.
Estudos preliminares mencionados no comunicado à CVM indicam que a fusão traria ganhos operacionais, aumento da capacidade produtiva, redução de custos e ampliação das margens de lucro. Entre as vantagens esperadas estão a diminuição dos gastos com matérias-primas, consultorias e logística, além de sinergias que podem facilitar a inovação e o desenvolvimento de novos produtos.
Analistas e consolidação no mercado
Os analistas Sidney Lima e Felipe Marsili ressaltam que a consolidação no mercado farmacêutico é uma tendência crescente, com laboratórios em busca de fortalecer suas posições.
“Estamos falando de uma empresa que se tornará líder de mercado. Uma grande sacada dessa operação é que a Hypera é a líder no segmento de produtos não prescritos, com vocação para marcas e produtos de consumo, enquanto a EMS é uma das líderes do segmento de genéricos”, diz Rodrigo Marsilli, co-fundador da SaudaBe.
No entanto, Lima alerta que a fusão poderá aumentar a concentração de mercado, levantando preocupações sobre a concorrência, especialmente em relação a medicamentos populares. Órgãos antitruste podem impor desafios à aprovação, e poderão estabelecer medidas para evitar a formação de monopólios.
“A operação envolve duas das maiores empresas do segmento. Esse tipo de movimento tende a provocar uma reação competitiva de outras empresas para manter sua relevância em um mercado mais concentrado”, diz Lima.
No mercado financeiro, as ações da Hypera subiram 1,91% na Bolsa de São Paulo. Assim, alcançando R$ 26,16, enquanto a EMS não possui ações negociadas publicamente. A combinação dessas duas forças farmacêuticas poderá não apenas transformar o cenário do setor, mas também impactar a oferta. E, a acessibilidade de medicamentos para os consumidores.
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