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- O Banco Inter registrou um ROE de 11,9% no 3T24, com uma trajetória ascendente desde o ano passado, refletindo a eficiência da gestão
- A carteira de crédito do Banco Inter cresceu 7% no trimestre, abaixo da marca de 11% registrada no trimestre anterior
- O banco enfrentou um aumento no índice de eficiência devido à incorporação do InterPag, o que elevou as despesas operacionais
- integração da plataforma de pagamentos trouxe desafios, mas o banco continua focado em otimizar custos e manter a rentabilidade nas operações
O Banco Inter (BIDI11) apresentou resultados financeiros sólidos no terceiro trimestre de 2024 (3T24), com crescimento contínuo no retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) e um aumento expressivo na margem financeira líquida (NIM), que atingiu níveis recordes. O lucro líquido no período foi de R$ 260 milhões, mantendo o ROE em 11,9%, em linha com as expectativas do mercado. Este é o mais recente reflexo de uma trajetória ascendente do banco, que começou o ano com um ROE de 9,7% no primeiro trimestre e segue consolidando sua recuperação.
ROE em ascensão e NIM recorde
O crescimento do ROE no Inter vem sendo consistente desde o terceiro trimestre de 2023, quando o banco registrou 6%, passando para 8,5% no quarto trimestre e alcançando 10,4% no segundo trimestre deste ano. A evolução positiva do ROE é um dos principais indicadores do bom desempenho operacional do banco, que tem se beneficiado de uma estratégia focada em reprecificação da carteira e diversificação de produtos.
A principal estrela do trimestre foi a margem financeira líquida (NIM), que chegou a 9,6% no 3T24, superando o 9,2% registrado no trimestre anterior. O CFO do Banco Inter, Santiago Stel, destacou que três fatores principais impulsionaram o NIM: a reprecificação da carteira, que substituiu créditos antigos por novos com taxas mais altas; a mudança no mix da carteira, com maior adesão a produtos como empréstimos com garantia do FGTS, home equity, Pix financing e Buy Now Pay Later (BNPL); e o aumento do yield da carteira de investimentos, reforçada pela adição de títulos de maior remuneração.
Além disso, a redução no índice de inadimplência também contribuiu para o bom desempenho da margem financeira. O NPL (non-performing loans) de 90 dias caiu 20 pontos base no trimestre, para 4,5%, refletindo uma gestão eficiente de risco de crédito. O banco destacou que, embora produtos como o Pix financing e o BNPL apresentem inadimplência mais alta, o desempenho das novas safras de crédito de cartão compensou esse aumento, pois elas têm taxas de inadimplência mais baixas em comparação com as safras antigas.
Desaceleração no crescimento da carteira de crédito
Apesar dos resultados positivos em termos de rentabilidade e margem financeira, o Banco Inter enfrentou desafios no crescimento da carteira de crédito. A carteira total cresceu 7% no trimestre, alcançando R$ 38,1 bilhões, mas o ritmo foi mais lento em relação ao segundo trimestre de 2024, quando o crescimento havia sido de 11%. O maior crescimento no trimestre veio da carteira de Pix financing e BNPL, que viu uma expansão de 50% em relação ao trimestre anterior, embora ainda represente uma parte pequena da carteira total, com R$ 500 milhões.
A desaceleração no crescimento da carteira de crédito, especialmente em um cenário de maior competitividade no setor bancário, é uma preocupação para o banco. Embora a evolução das carteiras de crédito mais rentáveis tenha sido positiva, a necessidade de sustentar esse crescimento nos próximos trimestres será crucial para a continuidade do desempenho robusto do banco.
Índice de eficiência e desafios operacionais
Outro ponto negativo nos resultados do Banco Inter foi o piora no índice de eficiência, que mede o quanto o banco gasta para gerar receita. A incorporação do InterPag, a plataforma de pagamentos adquirida pelo banco, contribuiu para um aumento nas despesas operacionais, o que pressionou esse índice. O InterPag tem sido um importante motor de crescimento do banco, mas sua integração trouxe desafios na gestão de custos, refletindo uma elevação nas despesas para gerar receita.
Apesar disso, o banco mantém um bom controle sobre suas despesas operacionais, com uma melhora no custo do risco e um foco em produtos de maior margem e rentabilidade. O CFO Santiago Stel ressaltou que o banco continua otimista, com a expectativa de que o NIM e o “risk-adjusted NIM” — que ajusta o retorno da carteira levando em conta o risco de inadimplência — sigam crescendo nos próximos trimestres.
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