Guia do Investidor
Ministro Alexandre de Moraes durante sessao do STF Foto Nelson Jr SCO STF 1
Notícias

Número de assinaturas para impeachment de Moraes atinge recorde

Nos siga no Google News

Continua após o anúncio

  • O novo pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, será protocolado na próxima segunda-feira (9)
  • Ainda, com o apoio de mais 100 deputados da oposição, não conta com o respaldo unânime entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro
  • Atualmente, Moraes enfrenta o maior número de pedidos de impeachment já registrados, totalizando 22, todos arquivados pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco

O novo pedido de impeachment contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, será protocolado na próxima segunda-feira (9). Ainda, com o apoio de mais 100 deputados da oposição, não conta com o respaldo unânime entre os aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro. Curiosamente, nenhum senador assinou o pedido.

Atualmente, Moraes enfrenta o maior número de pedidos de impeachment já registrados, totalizando 22, todos arquivados pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Entre os senadores mais pragmáticos e moderados, prevalece a visão de que não há atualmente os 41 votos necessários para abrir um processo contra o ministro. Eles acreditam que tal medida só servirá para exacerbar as tensões entre o Senado e o STF.

Embora não o admitam abertamente, alguns membros da bancada conservadora temem que a nova tentativa de impeachment possa ter o efeito oposto ao desejado. Eles acreditam que, ao invés de enfraquecer Moraes, a ofensiva pode unir o STF em sua defesa, especialmente em um momento em que a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República (PGR) estão na fase final das investigações sobre os atos golpistas de 8 de janeiro e as joias sauditas.

“É desperdiçar munição. Você tem de ir pra caça pra matar. Isso só serve para unir ainda mais o Supremo em torno do Moraes”, disse um senador.

“Ninguém hoje tem força contra o Supremo. Temos de lidar com o tribunal na base do diálogo.”, apontou outro senador bolsonarista, que também pediu para não ser identificado.

Buscar aos interlocutores

Para esses dois parlamentares, a estratégia mais eficaz seria buscar interlocutores com boa reputação no meio político e jurídico. Dessa forma, para atuar como mediadores e apaziguar a relação conturbada com Alexandre de Moraes, longe dos holofotes. Entre os mediadores que têm sido frequentemente acionados em momentos de crise estão o ex-presidente Michel Temer. E, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o próprio Rodrigo Pacheco.

O histórico do Senado também favorece Moraes. Até hoje, o Senado nunca abriu um processo de impeachment contra um ministro do Supremo Tribunal Federal. No entanto, os bastidores de Brasília começaram a discutir essa possibilidade com mais frequência após a eleição de uma bancada bolsonarista mais robusta em 2022. De acordo com informações de bastidores, interlocutores de Pacheco indicaram que o senador pretende adiar qualquer pedido de impeachment contra Moraes ou outros ministros do STF.

Leia mais  EUA: aprovação na formalização do processo contra Biden; entenda

Na prática, a proteção de Pacheco a Alexandre de Moraes deverá se manter até fevereiro de 2025, quando o senador deixará a presidência do Senado e deverá passar o cargo para Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), atual presidente da Comissão de Constituição e Justiça e favorito para assumir o posto.

A avaliação pragmática entre os bolsonaristas sugere que qualquer tentativa de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes só teria chance real se Davi Alcolumbre assumir a presidência do Senado ao final da gestão de Rodrigo Pacheco.

O novo pedido de impeachment contra Moraes deve incluir uma série de episódios controversos. Entre eles, estão a prisão preventiva por um ano do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, a morte de Cleriston Pereira da Cunha — um dos investigados pelos atos golpistas de 8 de janeiro que faleceu sob circunstâncias questionáveis no Complexo Penitenciário da Papuda.

Filigrana jurídica

Nenhum senador assinará o pedido de impeachment desta vez. Isto, devido a uma questão de “filigrana jurídica”: os senadores são responsáveis por julgar os ministros do Supremo. E, portanto, não encabeçar a petição evita possíveis questionamentos sobre impedimento se o processo for aberto futuramente. Essa é a estratégia adotada pela ala mais beligerante do Senado. Esta, que vê o impeachment como uma forma de “prestar contas” à militância bolsonarista, independentemente do resultado.

Leia mais  Moraes inclui Bolsonaro em investigação sobre os atos em Brasília

Além disso, Alcolumbre tem indicado que, após as eleições de 2026, com uma provável ampliação da bancada conservadora, o cenário se tornaria mais favorável. Dessa forma, para a tramitação de processos contra ministros do STF. O pleito de 2026 renovará dois terços das cadeiras do Senado, e há expectativa de que senadores conservadores ocupem as vagas em disputa nos Estados da região Sul e Centro-Oeste.

“Que hoje não temos votos para derrubar o Moraes é fato, mas o que é determinante para um processo dessa natureza é manifestação popular nas ruas e veremos isso neste 7 de Setembro”, afirma um senador da tropa de choque bolsonarista, mais entusiasta do impeachment de Moraes.

Para esse senador, o impeachment é primordialmente um evento político que exige “pressão externa”. As recentes decisões de Moraes, como a suspensão do funcionamento do X em todo o país e o bloqueio das contas da Starlink, elevaram a crise a um novo nível de gravidade.

Documento oficial

“Convocamos todos os brasileiros a se unirem em um ato pacífico no dia 7 de setembro na Avenida Paulista, para reivindicarmos o retorno à normalidade democrática”, aponta o documento.

Screenshot 2024 09 05 10.53.20
“Manifesto em Defesa da Verdadeira Democracia”

A oposição planeja protocolar o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes no Senado na próxima segunda-feira (9). O requerimento será apresentado após uma manifestação que contará com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Cabe ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidir se dará andamento ao processo de impeachment. No entanto, de acordo com o Poder360, as chances de Pacheco pautar o pedido são consideradas “nulas”.

Leia mais  Impeachment de Lula já tem mais de 100 assinaturas

O documento divulgado na última quarta-feira (4), no entanto, também menciona as investigações extrajudiciais contra bolsonaristas durante o período em que Moraes presidiu o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e o bloqueio do X, que foi determinado por ele na sexta-feira (30 de agosto). Além do impeachment, os congressistas solicitam a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do “abuso de autoridade” na Câmara dos Deputados.

“Defendemos o imediato arquivamento dos inquéritos iniciados há mais de 5 anos, a retomada da liberdade de expressão e de imprensa, a anistia aos perseguidos políticos, instalação da CPI do abuso de autoridade na Câmara dos Deputados”, declarou o manifesto. 


Nos siga no Google News

DICA: Siga o nosso canal do Telegram para receber rapidamente notícias que impactam o mercado.

Leia mais

Moraes barrado dos EUA?

Márcia Alves

PT e TSE ignoram ordem de Moraes e continuam a usar o X

Paola Rocha Schwartz

Flávio Dino segue Moraes e apoia suspensão do X no Brasil

Paola Rocha Schwartz

Musk vs Moraes: Bloqueio a Starlink pode afastar investimentos estrangeiros no país

Márcia Alves

Musk vs Moraes: Starlink promete internet de graça no Brasil

Paola Rocha Schwartz

X será bloqueado no Brasil? Entenda a decisão de Moraes

Paola Rocha Schwartz

Deixe seu comentário