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Nesta quinta-feira (26), a Polícia Federal (PF) anunciou a deflagração da Operação Rapax, que visa desarticular uma organização criminosa envolvida no tráfico de mulheres e lavagem de dinheiro, com conexões no Brasil e em países europeus, como Croácia e Bélgica. A operação resultou no bloqueio de até R$ 26 milhões em ativos financeiros, incluindo carteiras de criptomoedas.
Conforme a PF, a organização criminosa era responsável por aliciar e recrutar mulheres brasileiras, que eram levadas à Europa para exploração sexual e trabalho forçado. O núcleo europeu da quadrilha foi identificado graças ao apoio da Europol e à cooperação policial da Bélgica e Croácia.
As autoridades cumpriram seis mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Goiás, Paraná e Mato Grosso do Sul, além de um mandado de prisão preventiva. Os suspeitos podem enfrentar penas que ultrapassam 20 anos de prisão, incluindo acusações de associação criminosa, tráfico de pessoas e lavagem de dinheiro.
A trama financeira da organização também está sob investigação, com foco no envio e repatriação de valores gerados pelos crimes por meio de criptomoedas, empresas de fachada e outras fraudes financeiras. A PF não divulgou detalhes sobre o bloqueio das carteiras de criptomoedas, mas destacou que o apoio internacional foi crucial para identificar o núcleo da operação na Europa.
O delegado responsável pela Operação Rapax, em coletiva de imprensa na Superintendência da PF em São Paulo, afirmou que as investigações continuam com a análise do material apreendido, enquanto novas medidas cautelares estão em andamento para garantir o desmantelamento completo da organização criminosa.
Ação contra contrabando de grãos confisca R$ 80 mi em criptos
Uma outra operação da Polícia Federal foi deflagada nesta terça-feira (24), em parceria com a Receita Estadual do Rio Grande do Sul. Chamada Operação Tebas, ela visa combater um esquema de contrabando de soja e milho trazidos ilegalmente da Argentina para o Brasil. A operação resultou no bloqueio de R$ 80,8 milhões em ativos financeiros, incluindo criptomoedas, além da apreensão de automóveis e imóveis dos envolvidos.
Segundo a Receita Estadual, a ação mobilizou 14 Auditores-Fiscais, 3 Técnicos Tributários, 54 Policiais Federais e 1 Policial Militar. Foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão nos municípios de Tiradentes do Sul e Crissiumal, no Rio Grande do Sul, e em Curitiba, Paraná, locais identificados como pontos estratégicos para o contrabando.
A organização criminosa, alvo da operação, utilizava portos clandestinos ao longo do Rio Uruguai para introduzir ilegalmente grãos da Argentina no mercado brasileiro. O subsecretário da Receita Estadual, Ricardo Neves Pereira, destacou a importância da operação conjunta com a Polícia Federal no combate ao contrabando, que afeta diretamente a concorrência leal no agronegócio gaúcho.
Esquema de fraude fiscal e uso de empresas fictícias
As investigações revelaram que o esquema criminoso envolvia um sofisticado sistema de fraude fiscal, no qual eram usadas Empresas Noteiras — empresas fictícias criadas para emitir notas fiscais falsas e esconder a origem ilícita dos grãos. Essas empresas eram registradas em nome de “laranjas”, que, em muitos casos, recebiam auxílio emergencial e não tinham qualquer ligação com o setor agrícola.
As notas fiscais falsas eram usadas para gerar créditos indevidos de ICMS e disfarçar o contrabando. Investigações apontaram que o volume de soja comercializado pelos contrabandistas era até 10 vezes maior que a capacidade produtiva declarada pelos produtores rurais locais.
Além disso, um escritório de contabilidade em Curitiba foi identificado como peça-chave no esquema, sendo responsável pela criação de várias empresas fictícias usadas para dar uma aparência de legalidade às transações.
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