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A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, acusou o presidente Nicolás Maduro de enganar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os resultados das eleições presidenciais na Venezuela. “O Brasil é inquestionavelmente um líder na região. É um país que durante todos esses anos insistiu na validade das instituições democráticas. Maduro acreditou que poderia enganar Lula ou o povo brasileiro, mas isso não aconteceu”, afirmou Machado em entrevista ao g1 nesta terça. -feira (26).
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Eleições sob suspeita
O pleito presidencial venezuelano, realizado em 28 de julho de 2024, gerou polêmicas internacionais. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aproximadamente alinhado ao governo, declarou Maduro reeleito com mais de 50% dos votos. Entretanto, opositores locais e observadores internacionais questionam a transparência do processo.
María Corina Machado, que teve sua candidatura vetada pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela em janeiro de 2024, alegou irregularidades no sistema eleitoral. “Maduro terá de confiar na verdade, porque nós, venezuelanos, não vamos desistir”, declarou.
A oposição aposta na liderança de Edmundo González, da Plataforma Unitária Democrática, como alternativa a Maduro. González, que substituiu Machado após sua desqualificação, é visto como uma figura de consenso para liderar uma transição democrática.
Cenário político e militar
Para María Corina, o enfraquecimento do apoio interno a Maduro é evidente, com crescente descontentamento até mesmo nas Forças Armadas, inclusive convencionais a base de sustentação do regime. “Essa pressão dentro das Forças Armadas está crescendo porque eles entendem que com Maduro não há futuro”, disse.
Ela destacou que o apoio militar é o único fator que mantém Maduro no poder, mas defendeu que uma transição negociada seria benéfica para todas as partes.
“Dissemos que desejamos dar garantias nesta transição, com base no reconhecimento da soberania popular expressada em 28 de julho. O que queremos é o que é bom para o nosso país e para as nações democráticas.”
argumentou a líder da oposição venezuelana.
Apelo à América Latina
Machado também convocou líderes latino-americanos para adotarem uma postura unificada em relação à crise venezuelana. “É um momento em que, com muita clareza e nitidez, todos os chefes de Estado, os governos e os líderes da América Latina de todas as posições ideológicas devem assumir uma posição única e unida”, afirmou.
A postura da comunidade internacional é vista como crucial para promover mudanças na Venezuela. Contudo, líderes como Lula têm evitado se posicionar diretamente sobre a legitimidade do processo eleitoral, destacando a necessidade de diálogo e solução de conflito.
Histórico de exclusão política
A trajetória de María Corina Machado é marcada por confrontos com o regime de Maduro. Em junho de 2023, ela foi proibida de ocupar cargas públicas por 15 anos devido a denúncias de irregularidades administrativas, uma decisão amplamente criticada como politicamente motivada.
Mesmo fora da corrida presidencial, Machado permanece uma das vozes mais proeminentes da oposição, articulando apoio interno e externo para impulsionar uma transição de poder.
Futuro incerto
Com a posse presidencial marcada para 10 de janeiro de 2025, a oposição acredita que a situação política pode se transformar antes desses dados. “Pode ser antes de 10 de janeiro, no dia 10 ou até depois. O que importa é que a Venezuela esteja determinada a mudar”, enfatizou María Corina.
Especialistas apontam que a pressão internacional e o descontentamento interno serão fatores decisivos para o futuro do regime de Maduro. Enquanto isso, o país continua mergulhado em uma crise econômica e humanitária, com milhões de cidadãos migrando para países vizinhos em busca de melhores condições de vida.
A oposição, liderada por figuras como González e Machado, busca consolidar alianças regionais e fortalecer a mobilização popular para desafiar o regime em um cenário político cada vez mais incerto.
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