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Os últimos suspiros da Americanas: Bancos se unem contra a varejista

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Começou o confisco: Bancos começam a bloquear dinheiro da Americanas sob custódia, e as medidas para evitar uma possível falência da companhia estão parecendo cada vez mais complicadas.

A Americanas (AMER3) informou que o Bradesco (BBDC4) reteve mais de R$ 450 milhões do caixa da companhia, o que, segundo a varejista, descumpre a proteção que a empresa obteve da Justiça contra o bloqueio de bens. Mais cedo, o BTG Pactual conquistou no judiciário o direito de bloquear R$ 1,2 bilhão da Americanas sob custódia do banco.

Além disso, o Itaú Unibanco e Safra se juntaram ao Bradesco e pediram à Justiça que a Americanas só possa sacar dinheiro depositado em contas nesses bancos com autorização judicial.

A solicitação é uma tentativa de blindar os credores dos efeitos da medida cautelar concedida em favor da Americanas na última sexta-feira, na qual as cobranças de dívidas da empresa ficam suspensas por 30 dias.

A medida antecipa os efeitos de um pedido de recuperação judicial, esperado para as próximas horas.

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Bancos buscam se proteger

Além das ações da própria varejista, os bancos são os mais afetados pelos problemas contábeis da Americanas. Afinal, com o possível calote de R$ 20 bilhões por parte da varejista, os bancos serão os principais lesados devido ao estilo de operação de risco sacado, adotado pela Americanas e razão da crise.

Os bancos credores da Americanas vão propor uma capitalização “mínima” de R$ 15 bilhões, com garantia firme do trio de acionistas da 3G Capital (Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira), informa o Valor Pro. As instituições financeiras vão exigir, ainda, a conversão de 20% das dívidas em ações, o que tornaria os bancos importantes acionistas da varejista, tendo em vista que a empresa vale hoje na bolsa R$ 1,5 bilhão, após o derretimento de seu valor de mercado desde o início da crise. Uma fonte envolvida nas negociações disse ao serviço de notícias que “parece que os controladores não entenderam da gravidade da situação”, pois a única proposta feita até agora, ainda pelo ex-CEO da empresa, Sergio Rial, foi de capitalização de R$ 6 bilhões pela 3G.

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Nesta manhã, a Americanas confirmou que seu caixa chegou ao montante de R$ 800 milhões e admitiu que pode entrar com pedido de recuperação judicial nas próximas horas ou dias.

Com este caixa, a companhia já tem uma data limite para o fim de suas operações: 4 meses e meio.

A XP calculou que esse montante equivale a 4,5 meses de despesas com pessoal da varejista. Esse fato, acredita a corretora, pode acelerar a decisão da empresa de buscar a recuperação judicial. A companhia deve se concentrar, primeiramente, no gerenciamento de passivos, oferta de ações (que para a XP deve variar entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões), desinvestimentos de ativos como o Hortifruti Natural da Terra, Grupos Uni.co (Puket e Imaginarium) e Vem, joint venture da Americanas com a Vibra Energia (VBBR3) para lojas de conveniência. O pedido de recuperação judicial, depois de arquivado e sancionado, daria à empresa um prazo de 180 dias em que todas as obrigações da dívida seriam suspensas.

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