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A rede de atacarejo Assaí parece ter encontrado um “timing” ideal para converter as 71 unidades de hipermercados Extra que comprou do Grupo Pão de Açúcar em outubro passado — o principal projeto da rede de atacarejo no momento, e uma peça importante para ajudá-la a atingir seu guidance de faturar R$ 100 bilhões em 2024.
O CEO do Assaí, Belmiro Gomes, disse ontem (30) a jornalistas que a empresa começou a ver sinais de deflação neste mês em categorias específicas como leite e óleo de soja.
“O leite teve uma queda de preço de 30% nos últimos 40 dias,” disse Belmiro. “O óleo de soja caiu em torno disso também.”
Essa queda nos preços deve gerar uma desaceleração no crescimento de vendas do mês de agosto em comparação ao crescimento de julho, que foi “muito forte”, segundo o CEO. Isso acontece porque quando os comerciantes — que representam em torno de 30% a 40% das vendas do Assaí — veem os preços caindo, eles acabam segurando as compras para ver se o preço não cai ainda mais, disse Belmiro.
Assim, a companhia parece estar planejando impulsionar a demanda de suas lojas “a força”. O Assaí concluiu duas conversões de unidades Extra na ultima semana de julho, uma na semana passada, uma ontem e fará outras três ainda esta semana.
As “novas unidades”
A expectativa é converter 40 hipermercados em Assaí até o final deste ano, e o restante ao longo do primeiro trimestre do ano que vem. Uma das lojas que vai inaugurar amanhã é a unidade da Anhanguera, na Zona Oeste de São Paulo — um espaço de quase 9.000 metros quadrados de área de vendas com 46 checkouts e 1.200 vagas de estacionamento.
O CEO Belmiro Gomes disse que a expectativa é que essa loja fature cerca de R$ 500 milhões por ano — tornando-se uma das maiores do Assaí em faturamento. A média da empresa é um faturamento por loja de R$ 200 milhões/ano.
“Essa era a loja que mais vendia de todo o Extra, porque a localização é muito boa,” o CEO disse a jornalistas num tour pelo espaço recém-convertido. “Mas ela estava meio abandonada e com uma venda baixa.”
O Assaí disse que espera triplicar o faturamento das lojas dois anos após a conversão. Em um ano, elas já devem chegar ao breakeven. No médio prazo, as conversões tendem a ter um efeito positivo tanto na venda por metro quadrado da companhia quanto na margem EBITDA. Como elas estão em boas localizações, dentro de grandes centros, a margem EBITDA dessas lojas tende a ser 150 bps acima da média das lojas do Assaí.
No curto prazo, no entanto, a expansão acelerada pode ser detratora de margem. Neste momento, o Assaí tem 8.000 funcionários já contratados para 30 lojas que ainda estão pré-operacionais. Segundo Belmiro, essa despesa extra — que ainda não está associada a nenhuma receita — pode levar a margem EBITDA da companhia a cair para 7% este ano, em comparação aos 7,5% que a empresa fez em 2021.
Segundo ele, o Assaí vai reportar essas despesas pré-operacionais separadas das despesas normais no terceiro tri porque elas atingiram um volume muito alto e para dar uma visibilidade melhor aos investidores sobre o que é o “parque normalizado”.
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