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Analistas promovem alterações nas carteiras recomendadas de dividendos para novembro, com destaque para novas adições, incluindo Cemig, Copel e Telefônica Brasil, enquanto empresas como Banco do Brasil, BB Seguridade, Petrobras e Vale continuam sendo as preferidas. Volatilidade global e preocupações fiscais no Brasil influenciam a tomada de decisões dos investidores.
No mês de outubro, o índice de dividendos da Bolsa, conhecido como Idiv, registrou uma queda de 3%, revertendo a recuperação que havia ocorrido em setembro. Isso reduziu o ganho acumulado no ano para 7%, enquanto, no mesmo período, o Ibovespa apresentou um aumento de 3%. Esse cenário de volatilidade nos mercados financeiros tem levado os analistas a realizarem mudanças nas carteiras recomendadas de ações voltadas para dividendos no mês de novembro.
Dentre as novidades nas carteiras de dividendos, destacam-se três empresas: Cemig (CMIG4), Copel (CPLE6) e Telefônica Brasil (VIVT3), todas com quatro recomendações. Além delas, o Itaú Unibanco (ITUB4) também permanece como destaque, mantendo suas quatro indicações.
No topo do ranking, quatro ações agora estão empatadas com cinco indicações cada: Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3), Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3). Essas empresas se destacam como as preferidas dos analistas para investidores em busca de dividendos.
No entanto, algumas empresas que estavam entre as mais citadas no mês anterior, como Engie (EGIE3) e CPFL Energia (CPFE3), foram substituídas nas carteiras de dividendos para novembro. Isso demonstra como as recomendações dos analistas podem mudar em resposta às condições do mercado e aos resultados das empresas.
A análise das carteiras de dividendos engloba os portfólios divulgados por dez corretoras diferentes, proporcionando uma visão abrangente das escolhas dos analistas. Abaixo, detalhamos as oito empresas selecionadas para novembro, juntamente com algumas justificativas para suas recomendações:
- Banco do Brasil (BBAS3): A empresa ganhou destaque e passou a liderar o ranking com cinco recomendações. Os analistas veem as ações do BBAS3 como atraentes, mesmo após um desempenho de aproximadamente 45% no acumulado do ano. Acreditam na capacidade do banco de oferecer retornos sólidos aos acionistas.
- BB Seguridade (BBSE3): Também com cinco indicações, a empresa de seguros é vista como uma jogada defensiva. Os analistas acreditam que a BB Seguridade está bem posicionada para entregar resultados sólidos, especialmente no segmento de seguros rurais.
- Petrobras (PETR4): A petrolífera mantém sua posição com cinco recomendações. Apesar de preocupações recentes sobre mudanças no estatuto da empresa, os analistas acreditam que a Petrobras provavelmente distribuirá pelo menos parte do excesso de caixa gerado na forma de dividendos extraordinários.
- Vale (VALE3): A mineradora continua com cinco indicações. Apesar de resultados trimestrais mistos, a empresa é vista como capaz de sustentar um bom dividendo no futuro, com a possibilidade de distribuir dividendos extraordinários no próximo ano.
- Cemig (CMIG4): Uma das novidades do mês, a Cemig recebeu quatro indicações. Os analistas veem as ações da empresa sendo negociadas a uma taxa interna de retorno (TIR) atraente e estimam um dividend yield conservador para o final de 2023/24.
- Copel (CPLE6): Outra elétrica estreante com quatro recomendações, a Copel é vista como uma empresa bem posicionada para criar valor. A privatização recente da empresa e outros fatores a tornam uma escolha atraente.
- Itaú Unibanco (ITUB4): Com quatro indicações, o Itaú Unibanco é elogiado por seu retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) de 21%. Os analistas preveem que essa tendência continuará nos próximos anos, resultando em uma expansão de múltiplos.
- Telefônica Brasil (VIVT3): A dona da marca Vivo é a terceira novidade de novembro, com quatro recomendações. As ações da empresa são vistas como negociadas a um múltiplo P/L atrativo para 2024, oferecendo proteção aos investidores.
É importante destacar que a volatilidade global e as preocupações fiscais no Brasil têm influenciado as decisões dos investidores. Embora o mercado de ações brasileiro esteja sendo negociado com valuations atrativos, a falta de fluxos de recursos mais significativos para ações pode manter o mercado operando de lado, de acordo com o BTG Pactual.
Em resumo, as mudanças nas recomendações de ações de dividendos para novembro refletem a busca por equilíbrio em um ambiente financeiro volátil, com analistas buscando oportunidades de investimento que ofereçam retornos sólidos aos acionistas, mesmo diante de incertezas no mercado.
O que são dividendos?
Dividendos são uma parcela do lucro de uma empresa que é distribuída aos seus acionistas. Eles são uma forma de a empresa recompensar os acionistas pelo investimento feito, e são geralmente pagos em dinheiro, mas também podem ser pagos na forma de mais ações da empresa.
A decisão de quanto do lucro será distribuído como dividendos é geralmente tomada pela diretoria da empresa e deve ser aprovada pelos acionistas em uma reunião anual. A outra parte do lucro é geralmente reinvestida na empresa para financiar o crescimento e a expansão.
O valor do dividendo que um acionista recebe depende do número de ações que ele possui. Por exemplo, se uma empresa paga um dividendo de R$1 por ação e você possui 100 ações, você receberá R$100 em dividendos.
Os dividendos são uma forma importante de retorno para os investidores, especialmente para aqueles que investem a longo prazo. Eles podem ser reinvestidos para comprar mais ações ou podem ser usados como uma fonte de renda.
Dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) são duas formas que as empresas têm de distribuir parte de seus lucros aos acionistas, mas eles têm diferenças significativas principalmente no aspecto tributário.
Dividendos: São distribuídos a partir do lucro líquido da empresa, após a dedução de todos os impostos. Portanto, os dividendos são isentos de imposto de renda para os acionistas que os recebem, pois a empresa já pagou todos os impostos devidos.
Juros sobre Capital Próprio (JCP): É uma forma alternativa de distribuição de lucros que tem um benefício fiscal para a empresa. O JCP é tratado como uma despesa operacional para a empresa e, portanto, reduz o lucro tributável da empresa, resultando em menos imposto de renda devido pela empresa. No entanto, ao contrário dos dividendos, o JCP é tributável para os acionistas que o recebem. A alíquota é de 15% e o imposto é retido na fonte.
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