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- O preço do petróleo caiu após a vitória de Trump, com o dólar americano se valorizando, o que pressionou os preços das commodities
- A presidência de Trump pode manter as taxas de juros altas para combater a inflação, afetando a demanda global, especialmente na China
- Trump pode renovar as sanções ao Irã e Venezuela, retirando barris de petróleo do mercado, o que poderia impulsionar os preços
- A presidência de Trump tende a incentivar a produção de petróleo nos EUA, o que pode afetar a Opep+ e alterar a dinâmica do mercado global
Os preços do petróleo sofreram uma queda significativa nesta quarta-feira, com o fortalecimento do dólar americano após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. O mercado de petróleo foi impactado pela expectativa de que a presidência de Trump possa resultar em um dólar mais forte. O que, por sua vez, pressionaria os preços das commodities, incluindo o petróleo.
Os investidores estão apostando que a administração de Trump pode adotar políticas que favoreçam uma política monetária mais rígida. Assim, com a possibilidade de manter as taxas de juros elevadas para conter a inflação, especialmente caso ele implemente novas tarifas comerciais.
Desaceleração
Essas tarifas poderiam agravar a desaceleração econômica da China, o maior importador de petróleo do mundo, enfraquecendo ainda mais a demanda por petróleo no país. Esse cenário de incerteza contribui para a queda dos preços do barril.
Por volta das 9h30 (horário de Brasília), os contratos futuros do petróleo Brent recuavam cerca de 1 dólar, ou 1,4%, para 74,42 dólares por barril. Já o petróleo WTI, referência nos EUA, registrava uma queda de 1,6%, com o preço atingindo 70,86 dólares por barril.
A analista independente Tina Teng destacou que, além da valorização do dólar, que tem o efeito de tornar as commodities mais caras para quem detém outras moedas, as políticas econômicas de Trump podem exacerbar os problemas econômicos da China. Assim, o que impactaria a demanda global por petróleo.
Dólar aumentando
O dólar americano, por sua vez, estava se encaminhando para o maior aumento em um único dia desde março de 2020 em relação às principais moedas. Ainda, o que contribuiu para o movimento de queda dos preços do petróleo.
“Um dólar mais forte tende a pressionar as commodities, tornando-as mais caras para os compradores estrangeiros”, afirmou Giovanni Staunovo, analista do UBS.
“Sob a presidência de Trump, as tarifas provavelmente seriam negativas para o crescimento econômico global e, consequentemente, para a demanda por petróleo.”
Embora o fortalecimento do dólar e a expectativa de tarifas elevadas sejam fatores de pressão para os preços do petróleo, alguns analistas destacam que a presidência de Trump também poderia gerar um impacto “altista” no mercado.
Isso ocorreria caso ele decidisse renovar as sanções ao Irã e à Venezuela, o que retiraria barris de petróleo da oferta global. O Irã, por exemplo, exporta atualmente cerca de 1,3 milhão de barris de petróleo por dia, e qualquer redução nesse volume teria o potencial de aumentar os preços.
Incentivo ao crescimento
Ashley Kelty, analista da Panmure Liberum, comentou ainda que, sob a presidência de Trump, é provável que haja um incentivo ao crescimento da produção de petróleo nos Estados Unidos. Dessa forma, com políticas que favoreçam o setor de combustíveis fósseis e o aumento da produção doméstica.
“Trump tem pouco interesse em energias renováveis e provavelmente incentivará a expansão da produção de petróleo nos EUA”, disse Kelty.
“Isso pode ser negativo para a Opep+, que terá que decidir se mantém sua participação de mercado ou se tenta sustentar os preços, o que poderá se tornar um dilema à medida que a oferta global de petróleo aumenta.”
Em resumo, o cenário pós-eleitoral nos EUA criou um ambiente de incerteza para o mercado de petróleo. Com o fortalecimento do dólar pressionando os preços para baixo, enquanto as políticas de Trump podem afetar tanto a oferta quanto a demanda global. Dessa forma, criando um cenário misto para os investidores.
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