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O renomado banco de investimentos Goldman Sachs divulgou nesta quarta-feira (24) um relatório analítico detalhando suas perspectivas para a BRF S.A. (BRFS3) no quarto trimestre de 2024 (4T23). O documento, além de apresentar uma visão geral sobre os resultados esperados da empresa, ressalta cinco pontos-chave que justificam uma postura de cautela em relação às suas ações.
Previsão resultado da BRF no 4T23
Inicialmente, o relatório prevê que os resultados da BRF, programados para serem divulgados em 26 de fevereiro, sejam superiores às expectativas do mercado, com uma projeção de R$ 1,7 bilhão para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No entanto, o Goldman Sachs alerta para diversos fatores que podem afetar negativamente a performance da empresa no futuro.
Um dos principais riscos destacados é a volatilidade dos preços dos cereais, especialmente devido à forte incidência do fenômeno climático El Niño, que pode impactar significativamente os rendimentos da soja. Além disso, o atraso no calendário de plantio e a alta possibilidade de ocorrência do La Niña representam ameaças adicionais à produtividade do milho safrinha. Essa instabilidade nos grãos, essenciais para a cadeia de produção da BRF, poderia levar a um aumento médio de custos de cerca de 7% no segundo semestre de 2024.
Outro ponto de atenção é a superoferta global no mercado de proteínas. Segundo o Goldman, o ajuste gradual nos Estados Unidos não será suficiente para equilibrar o aumento dos volumes provenientes do Brasil, criando um cenário de excesso de oferta que pode pressionar os preços e margens de lucro da BRF.
A competição crescente no setor é também um desafio significativo. A Seara, um dos principais concorrentes da BRF, ampliou sua capacidade de processamento em 2023 e planeja continuar expandindo em 2024. Esse aumento na oferta, aliado a um mercado consumidor enfraquecido e a uma inflação global moderada, pode limitar a capacidade da BRF e de outras empresas do setor de elevarem seus preços.
Aquisição
Adicionalmente, a Marfrig (MRFG3), que adquiriu uma participação incremental de 18% na BRF em condições de mercado, obteve o controle total da empresa em dezembro. Essa mudança de participação acionária adiciona uma camada extra de complexidade ao cenário operacional e estratégico da BRF.
Por fim, o relatório aborda a questão do valuation da BRF. No pico de seu ciclo de lucros, a empresa apresenta um modesto rendimento de fluxo de caixa livre de 0,6%, um valor considerado baixo para justificar seu atual múltiplo EV/EBITDA de 7,1 vezes em 12 meses. Diante desses fatores, o Goldman Sachs recomenda a venda das ações da BRF, estabelecendo um preço-alvo de R$ 9,70.
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