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O café, a bebida queridinha do brasileiro, é a segunda bebida mais consumida no mundo perdendo apenas para a água, enquanto nosso país é o maior produtor de café do mundo.
Porém, o “pretinho” tem sofrido constantes e agressivos aumentos de preço no último ano e, de acordo com o estudo realizado pela Scanntech, o preço em fevereiro fechou 69% acima de fevereiro do ano passado. Com isso, o consumo de cafés durante o mês de janeiro e fevereiro deste ano retraiu -5% contra o mesmo período de 2021, e as vendas em valor aumentaram +58%.
Se em 2020 a bola da vez foi o arroz, em 2021 foi a vez do café e de acordo com o estudo, o valor deve continuar subindo. “Mesmo com aumentos tão fortes do preço nos supermercados, vemos na análise que o preço da saca de grãos verdes já teve um aumento ainda mais agressivo nestes últimos 2 anos, indicando que os preços nas gôndolas ainda não chegaram ao seu limite e isso é bastante preocupante, já que vimos que quando cafés torrados, moídos e em grãos ultrapassam a marca dos R$ 25/Kg é quando a curva de consumo sofre a maior desaceleração”, comenta Priscila Ariani, Diretora da Scanntech, responsável pela análise.
O levantamento revela ainda que desde março de 2021 o café vem aumentando o faturamento baseado em aumentos de preços, mas o consumo retrai a partir de agosto, mesmo sendo a bebida queridinha dos brasileiros.
O café Torrado e Moído e Grãos (TM&G) representa 88% do faturamento da categoria em 2022 e é o grande vilão em preços (+79%).
Já o café em cápsulas que era a estrela do segmento por oferecer praticidade e muita margem ao varejo, mesmo tendo menor aumento de preço apresenta maior retração em volume (-8,7%) com a volta ao trabalho presencial e a redução do consumo deste tipo de cafés em casa.
Na tentativa de driblar a crise, o consumidor brasileiro tem optado por comprar café TM&G em embalagens menores de 250g ao invés de 500g. As marcas regionais que são em média 14% mais baratas que as nacionais também ganharam mais espaço nos carrinhos do consumidor, mesmo que tenham aumentado seus preços de forma mais agressiva que as marcas nacionais (+83%). No Nordeste, as marcas regionais já tinham uma presença forte.
Em relação às preferências do consumidor, café solúvel é mais forte no Nordeste e no Sul quando comparado com as outras regiões. O Estado de São Paulo se destaca no consumo de cafés em cápsulas, representando 50% do volume comercializado, seguido da região Sul com 27% do volume.
A região que contempla os estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Minas Gerais é onde TM&G tem a maior predominância, com 96% do mercado. As diferenças regionais de consumo se dão pelo hábito do consumidor.
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