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O ano mal começou e a Ativa Investimentos já fez ajustes nas premissas e nos cenários para 2022.
O relatório divulgado pela corretora nesta quarta-feira (29), aponta que os Bancos Centrais no mundo desenvolvido, que ainda estavam no início da retirada dos estímulos, já se depararam com choques geopolíticos vindos da Europa com a guerra Rússia — Ucrânia, seguidos de duras sanções ao governo russo e, mais recentemente, uma nova onda da Covid-19 na China.
Na conjuntura doméstica, o Banco Central segue a sua política monetária contracionista com uma inflação persistente no radar, o que levou os investidores a rever as estimativas (mais uma vez) de PIB, inflação, câmbio e juros. Entretanto, a Ativa Investimentos acredita que a maior parte desse ajuste já foi realizado.
O head de research da Ativa Investimentos Pedro Serra diz ainda que enxergam oportunidades em commodities e em algumas empresas mais ligadas ao crescimento econômico, devido ao valuation descontado, porém reforças cautela por nomes de mais qualidade, com bom histórico de resultados e que possuem mais gerência sobre a sua perspectiva de crescimento e resultados, devido à possibilidade de aumento da volatilidade dos mercados.
“Não vemos a bolsa como uma compra estrutural, mas ainda há oportunidades em algumas commodities e alguns nomes domésticos. Além disso, ainda esperamos um aumento da volatilidade e seguimos preferindo nomes de mais qualidade”, explica o head de research da Ativa Investimentos Pedro Serra.
Fluxo intenso
Para o time da Ativa, toda essa valorização verificada no início desse ano, em boa parte, é explicada pelo forte fluxo de capital estrangeiro.
Desde o início do ano, a Bovespa tem recebido, em média, R$ 1,5 bi por dia. A visão deles é de que este fluxo veio em busca de uma exposição em commodities além de um fluxo adicional de parte dos investidores que “fugiram” do mercado russo.
“Isso significa que a característica desse fluxo que entrou na Bovespa é, em sua maioria, tático. Ou seja, oportuno e não exatamente otimista com o Brasil por uma perspectiva de crescimento doméstico. Simultaneamente, na outra ponta, com a alta dos juros, tivemos um fluxo relevante dos locais – institucionais e pessoas físicas – indo para a renda fixa”, destaca Serra.
A Bolsa é trend
Olhando os dados do Google Trends, a média dos últimos 12 meses do termo “Ibovespa” teve uma busca 121% maior do que a média histórica observada antes da chegada do vírus. Serra ainda arrisca a dizer que, a entrada de investidores pessoa física que ocorreu em 2020-2021, em parte, pode voltar.
“Acreditamos que uma parte razoável desses investidores, embora machucados pela volatilidade da bolsa, ainda têm interesse em investir quando se sentirem mais confortáveis”, finaliza o especialista.
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