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Nesse artigo, iremos fazer uma retrospectiva econômica de 2020, e projetar expectativas para a economia em 2021. Estaria o Brasil indo para um caminho sem volta? Confira.
O cenário em 2020 de fato foi um tanto inusitado. Afinal, quem iria prever uma pandemia, não é mesmo? O resultado disso foram lockdowns, retrações econômicas e maior atuação das autoridades monetárias pra tentar frear os impactos negativos.
Entretanto, estamos melhores agora do que o previsto logo no início da pandemia – em relação à economia. Isto porque, agora temos a projeção de queda no PIB de cerca de 4%. Dessa forma, abaixo dos cerca de 10% previsto antes, quando o VIX (índice de risco mercado) chegou aos 80 pontos. Além disso, há a expectativa de crescimento em 2021, em torno de 3,5%-3,7%.
De acordo com dados compilados do IBGE e do Banco Central, em outubro, o setor varejista já estava positivo (+0,91%). Todavia, quando olhamos pra um dos setores mais afetados, o de serviços, vemos uma queda de -8,7% no ano.
Quando olhamos a inflação de oferta, podemos dizer que a mesma ainda não afeta as políticas monetárias de curto prazo. Portanto, não vimos nenhuma elevação na taxa Selic pelo Bacen, mesmo o IPCA tendo superado a meta. Contudo, o Relatório Focus já mostra a expectativa pra essa elevação, beirando os 3% a.a., em 2,75% a.a.
Ela refletiu basicamente o choque de oferta de alimentos e energia. Além disso, houve a alta expressiva do dólar, e que após voltar ao antigo patamar, deve estabilizar os preços das commodities, fazendo a inflação convergir para a meta do Banco Central.
Riscos econômicos
Quando falamos sobre este tema, é impossível não pensar no nosso frágil fiscal e no orçamento apertado. De acordo com dados do Banco Central, nosso déficit nominal em % do PIB em outubro rondava os 14%. Para fins de comparação, em outubro do ano passado esse valor beirava os 6%. E mais, é o maior nível desde o período entre outubro de 2015 e outubro de 2016, quando chegou aos 11%.
Entretanto, com o crescimento esperado para 2021 e o menor custo da dívida (com a queda da Selic), esse déficit pode ser ajustado. Vale mencionar que, diferentemente do período entre 2014 até início de 2017, os custos de emissão e estoque não andam tão próximas da Selic. Hoje, com a Selic a 2% a.a., nosso custo de emissão está próximo dos 5%.
Além disso, outro risco que podemos notar e que teve alta significativa em 2020 foi o desemprego. Em setembro desse ano, a taxa de desocupação passou dos 14%, deixando o mercado ocioso, sem toda sua capacidade produtiva.
Por fim, vale mencionar um ponto muito importante, que pode beneficiar e muito nosso crescimento econômico em 2021. Devido a forte queda do consumo, as taxas de poupança na economia cresceram. Dessa forma, em novembro, depósitos à vista beiravam os R$ 600 bi.
Mas por que isso é importante? Bom, isso permite disponibilidade para o investimento privado. Índices altos de poupança são benéficos para uma economia.
Bolsa de valores
Nesse ano, o mercado de capitais sofreu desaceleração, e o crescimento de crédito foi mais significativo no sistema bancário. Todavia, foi um ano com recorde de emissões de ações na bolsa. Além disso, o baixo patamar dos juros deve continuar impulsionando nossas ofertas no ano que vem.
Mesmo com a queda profunda em meados de março, com todos aqueles circuit breakers, o Ibovespa já opera no positivo (never bet against Brazil). 2020 já passou, o mercado olha pro futuro e já está olhando pra 2021. Com a chegada da vacina no Brasil, as coisas começarão a ficar mais otimistas, principalmente se as reformas começarem a ser discutidas novamente. Afinal, precisamos delas.
Além disso, fizemos um post específico e mais detalhado sobre o cenários para a bolsa de valores brasileira – a B3 – em 2021. Caso queira o ler, clique aqui.
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