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Os shoppings centers foram um dos setores mais afetados pela pandemia, com a queda drástica de receitas devido às medidas de restrição ao funcionamento e circulação de pessoas. No entanto, a retomada das vendas e a crise do varejo tradicional estão impulsionando o setor de volta ao radar dos investidores. A maior flexibilidade nas negociações de valores de aluguel de lojistas com as administradoras de shopping e a retomada da tendência de fortalecimento desses centros, em função de fatores como a maior oferta de experiências de entretenimento e maior segurança nesses espaços, são apontadas por especialistas como as principais razões para o aquecimento do setor.
As perspectivas favoráveis se refletem nas ações das empresas que administram os shoppings, como a Multiplan, que teve valorização de 15% na bolsa neste ano, e a Iguatemi e Aliansce Sonae, da ordem de 5%. No mesmo período, o Ibovespa caiu 8%.
Esse aquecimento do setor já vinha sendo percebido no ano passado, quando mais de 4.000 marcas anunciaram inaugurações de novas unidades em shopping. O montante superou as 3.500 marcas em 2021. Só no quarto trimestre, foram 1.578 marcas abrindo lojas nesses espaços. Não há ainda um número consolidado de novas lojas a serem abertas neste primeiro semestre, mas o crescimento já é dado como certo, uma vez que as obras de reformas de muitos espaços estão avançadas.
A Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) informa que o Brasil tem hoje 628 shopping centers. No ano passado, foram inaugurados oito shopping centers, acima dos cinco registrados em 2019. Neste ano, a previsão da entidade é que haja 15 novas inaugurações, dos quais oito na região Sudeste, três no Nordeste, dois no Sul, um no Norte e um no Centro-Oeste. Em ABL (Área Bruta Locável), essa expansão representa um aumento de 1,6% sobre o ano anterior, com um total de 17,5 milhões de metros quadrados, ante os 17,2 milhões de metros quadrados apontados em 2021, segundo a Abrasce. O número de lojas cresceu 2,7%, totalizando 115 mil.
O presidente da Abrasce, Glauco Humai, disse que mantém a projeção inicial para 2023 de um aumento de 14,6% nas vendas, que podem culminar em um recorde de faturamento do setor com previsão de R$ 219,8 bilhões neste ano.
A crise da Americanas, que entrou em recuperação judicial em janeiro, não tem conseguido frear os planos de expansão do setor de shoppings. Já há fila para o lugar da Americanas caso ela decida fechar suas lojas nos shoppings. As empresas do setor estão otimistas com a retomada do setor, com os consumidores buscando cada vez mais experiências fora de casa e a redução da vacância dos espaços.
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