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Após um longo período de altas, o Dólar está caindo, atualmente a moeda encontra-se abaixo de R$ 4,70, causando mudanças na inflação, busca por viagens internacionais e entre outras consequências.
Várias são as causas das constantes quedas, entre elas, o conflito entre a Rússia e Ucrânia, a taxa de juros brasileira atual, a inflação mundial e as eleições em território brasileiro.
“A queda do Dólar está diretamente ligada com a questão da taxa de juros atual brasileira. Ou seja, a taxa de juros subiu muito, isso fica mais atrativo para os recursos estrangeiros para os investidores estrangeiros terem uma boa rentabilidade aqui no Brasil. Então a maior entrada de Dólares aqui tem um efeito imediato no câmbio. Além disso, tem a questão do conflito entre Russia e Ucrânia que ajudou muito na valorização das commodities e na parte da balança comercial brasileira”, afirma Rafael Marques, CEO da Philos Invest.
Marques explica que dependendo do formato que a guerra continuar e as sanções permanecerem, as commodities continuarão subindo, consequentemente a inflação mundial aumentará e o banco americano terá um grande aumento nos juros.
As eleições brasileiras, para o especialista, também é um fator que pode ser considerado importante nesse aspecto de alta, já que poderá trazer volatilidade ao mercado.
Além do setor de alimentação, os produtos de tecnologia como eletrodomésticos e eletroeletrônicos também serão afetados com a queda do Dólar.
“Olhando pela ótica de quando a gente traz produtos de fora ou então elementos de fora que podem ajudar a reduzir os preços, a gente vê aquelas empresas que normalmente tem custo com matéria-prima, em Dólar. Essas empresas são diretamente afetadas ou então olhando pro lado mais da parte da tecnologia como eletrodoméstico, eletroeletrônico, enfim, que precisam de componentes, que são importados esses componentes com Dólar mais baixo, eles tendem a ficar mais baratos”, afirma Rafael Marques.
Para Jansen da Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, acredita que a queda pode facilitar a competição entre produtos nacionais e importados.
“A queda do preço do Dólar tende a ajudar sim a inflação e tende também a diminuir o preço dos ativos aqui em Real. Isso deve melhorar o nosso item inflação, dado que o repasse do IGPM por PCA vai diminuir”, explica Jansen.
O especialista afirma ainda que a tendência é que os importados fiquem mais baratos, mas em contrapartida, as matérias-primas dos produtos tenham alta. Um exemplo é o petróleo.
O que tende a cair?
Com a movimentação do mercado, muitos produtos de consumo familiar tendem a cair, o que impacta diretamente o setor alimentício.
“A conta mental entre economistas é uma relação de 10 para 1: para cada 10% de valorização do Real, ocorre uma queda da inflação em um ponto percentual. O impacto ocorre principalmente no setor de alimentos. Como importadores de insumos e maquinários, esses aumentos chegam no produto final. Carnes, laticínios e pão são alguns desses produtos impactados”, explica João Beck, economista e sócio da BRA.
O futuro do Dólar
Apesar da queda recente, o relatório Focus apresentou expectativas que indicam que o Dólar chegará a R$ 5,25 ao final do ano.
“A cotação do Dólar no boletim Focus não deve ser considerada uma visão futura da moeda. O valor presente do câmbio já incorpora os fluxos futuros esperados. No boletim Focus é considerado uma estimativa baseada no valor presente da moeda acrescida da taxa de juros esperada no período de análise. Por exemplo: câmbio atual a 4,65 + 13% (Selic) = 5,5”, finaliza Beck.
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