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Gabriel Galípolo esteve no centro das atenções desde o ano passado, quando foi visto acompanhando a presidente do partido dos trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, em encontros com empresários e banqueiros em São Paulo.
Galípolo não é filiado ao PT, mas manteve relações com o partido há vários anos e estudou, durante a formação como economista, alguns conceitos econômicos defendidos pela esquerda, como o papel do Estado e as relações dos governos com o setor privado no desenvolvimento de um país.
A presença de Galípolo com Gleisi no encontro com empresários e banqueiros ocorreu porque ele frequentava o grupo Esfera Brasil, uma organização criada para fomentar o pensamento e o diálogo sobre o Brasil. O grupo reunia empresários, empreendedores e trabalhadores.
Em entrevista ao UOL, a presidente do PT afirmou que Gabriel “era um amigo” e que, assim como outros 80 economistas, tinha ajudado o partido.
Quem é Gabriel Galípolo?
Gabriel Galípolo é um economista com ampla experiência em privatizações e parcerias público-privadas (PPPs). Ele é formado em Ciências Econômicas e possui mestrado em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP).
Além de sua formação acadêmica, Galípolo também tem experiência como professor universitário, tendo dado aulas de 2006 a 2012 nos cursos de graduação da PUC-SP.
De 2017 a 2021, ele foi presidente do Banco Fator, uma instituição especializada em programas de privatização e PPPs.
Durante sua gestão, o economista esteve à frente do banco durante os estudos para o processo de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae).
O desenvolvimento de um modelo de PPP para a Cedae começou em 2018 por um consórcio liderado pelo Banco Fator, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, Galípolo também ministrou aulas sobre PPPs e concessões na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (Fespsp), onde é considerado especialista no assunto.
Além da sua atuação no setor privado, Galípolo também possui uma vasta experiência na gestão pública.
Em 2007, ele foi chefe da Assessoria Econômica da Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, na gestão do então governador José Serra (PSDB).
No ano seguinte, ele assumiu o cargo de diretor de Estruturação de Projetos na Secretaria de Economia e Planejamento de São Paulo.
Em 2009, ele fundou a Galípolo Consultoria, empresa na qual é sócio-diretor.
Ele defende as Parcerias público-privadas e a necessidade de simplicidade no sistema tributário
O secretário-executivo de infraestrutura, Gabriel Galípolo, criticou as discussões sobre a eventual aversão do governo Lula à iniciativa privada, afirmando que esse seria um “debate falso”.
“Não vejo porque o governo teria qualquer tipo de resistência à participação do setor privado no investimento. Acho até que esse é um debate falso, porque quando eu olho para as formas de contratação que existem na infraestrutura em geral, apesar do nome chamar “obra pública”, não existe uma empresa pública que presta aquele serviço”, afirmou Galípolo.
O secretário-executivo concentrou sua defesa nos modelos de concessões e PPPs e não falou diretamente sobre a privatização de estatais, ideia rechaçada pela base do governo.
O governo Lula já havia demandado a revogação de processos de privatização de estatais como Correios, Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e Petrobras.
Galípolo sugeriu que as parcerias público-privadas são uma alternativa viável para o país, permitindo ao setor privado colaborar com o desenvolvimento de infraestrutura e outras áreas, sem precisar necessariamente privatizar estatais.
Ele também mencionou a necessidade de simplicidade no sistema tributário, argumentando que isso pode incentivar ainda mais investimentos privados.
O que pensa Galípolo sobre Governo e Economia?
Galípolo tem uma perspectiva sutil sobre a questão do gasto governamental no Brasil. Ele afirmou no ano passado que o estado atual do “teto de gastos” (um teto para o gasto governamental) está além da fase “funeral” e mais como uma “missa de sétimo dia”, sugerindo que o teto de gastos alcançou um ponto de estabilidade.
Essa declaração foi feita em um contexto em que Lula, havia afirmado anteriormente que revogaria o teto de gastos.
Galípolo defende um diálogo entre economistas e sociedade sobre o orçamento e acredita que o problema do país não é o tamanho do estado, mas sim a qualidade ruim do gasto e da arrecadação de receitas, acreditando que os economistas devem ser mais ativos nesse diálogo e trabalhar para educar o público sobre essas questões.
GalíAlém disso, ele defende um modelo de investimento em infraestrutura fomentado pelo estado através da atração de investimento privado. Esse enfoque seria benéfico para a economia, pois atrairia investimento privado para o país, o que por sua vez levaria ao desenvolvimento de infraestrutura.
Dessa forma, o estado pode aproveitar os recursos do setor privado para melhorar a qualidade de vida geral dos cidadãos. O problema seria conquistar os empresários, tendo em vista que o Governo não é conhecido por economizar em suas obras.
Como Conselheiro econômico da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), ele é um economista altamente respeitado na área e tem boas relações entre o partido PT e o mercado financeiro. Ele é visto como uma voz credível na comunidade econômica que pode preencher a lacuna entre política e finanças.
Em resumo, Galípolo é um economista pragmático que entende a necessidade de equilibrar o gasto governamental com a necessidade de atrair investimento privado, melhorar a arrecadação de receitas e garantir o bem-estar geral da sociedade. Seu perfil seria de alguém que busca uma economia não só de números e estatísticas, mas também das pessoas afetadas pelas políticas econômicas.
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