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A Raízen (RAIZ4), que se destaca como a maior fabricante global de etanol de cana-de-açúcar, está analisando a possibilidade de construir uma unidade para produção de combustível de aviação sustentável, conhecido como SAF (abreviação em inglês). Em entrevista concedia à Bloomberg Línea, o o vice-presidente de trading, Paulo Neves, afirmou que acredita em uma vantagem estrutural em produzir no Brasil.
A empresa, que é uma parceria entre Cosan e Shell, entende que fazer combustível de aviação sustentável no Brasil é uma ideia econômica, porque é necessário ter muita matéria-prima para o processo. A exportação do produto final seria 70% mais barata do que enviar o etanol para ser transformado em combustível de aviação em outros países, disse Neves.
Metas da Raízen (RAIZ4)
Em uma entrevista à Bloomberg Línea no ano passado, o CEO da Raízen, Ricardo Mussa, compartilhou que a meta da empresa é tornar-se líder global na fabricação de combustível sustentável para aviação. Naquele momento, já existia mais demanda em potencial do que a capacidade de atendimento da empresa.
Apesar disso, os planos para construir uma fábrica local de combustível de aviação ainda estão em estágio inicial. A Raízen está trabalhando em parceria com um fornecedor de tecnologia e está em discussões para determinar o escopo do projeto, conforme mencionou Mussa.
O uso de etanol na produção de SAF está começando a se desenvolver. A primeira planta desse tipo foi inaugurada nos Estados Unidos no mês passado.
Embora a Raízen veja benefícios para o Brasil ao investir na produção de SAF, a empresa está atualmente avaliando a viabilidade econômica dessa iniciativa. Neves, representante da empresa, observou que uma fábrica brasileira enfrentaria concorrência global com instalações localizadas em países que já possuem incentivos fiscais estabelecidos.
O que esperar da Raízen na Safra do 3T23?
por Leonardo Bruno 30/01/2024
A Raízen (RAIZ4), uma das principais empresas no setor de energia e bioenergia do Brasil, está prestes a divulgar seus resultados financeiros referentes ao terceiro trimestre da safra 2023/2024 (3T24). As expectativas do mercado, em especial as projeções feitas pelo Bank of America (BofA), indicam números sólidos para a companhia, refletindo a eficiência operacional e a capacidade de adaptação da empresa diante de um cenário volátil.
O BofA prevê que o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Raízen atinja a marca de R$ 4 bilhões, o que representaria um aumento expressivo de 35% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é atribuído principalmente ao desempenho robusto do segmento de Mobilidade da empresa, um setor estratégico que tem demonstrado resiliência e adaptabilidade frente às oscilações do mercado.
No que diz respeito à margem Ebitda para mobilidade no Brasil, a expectativa é que se estabeleça em torno de R$ 180/m³. Esse valor reflete, em parte, os desafios enfrentados pela empresa, como as perdas nos estoques de combustível; contudo, destaca-se que a concorrência no setor tem adotado uma postura mais racional, o que contribui para a estabilidade das margens. Além disso, os resultados da Raízen na América Latina são projetados como fortes, o que evidencia a capacidade da empresa de manter um desempenho sólido em diferentes mercados.
No segmento de açúcar e renováveis, a Raízen deve se beneficiar dos preços mais elevados do açúcar, que são esperados para compensar os menores valores alcançados pelo etanol. Este cenário sugere uma gestão eficaz da carteira de produtos da empresa, adaptando-se às variações de mercado para maximizar seus retornos.
O trimestre analisado foi marcado por volatilidade para a Raízen, com uma queda significativa de 12% nos preços do etanol, além de um recuo nos preços da gasolina e do diesel. A companhia também enfrentou desafios relacionados a maiores importações de diesel. No entanto, o relatório do BofA destaca um aspecto positivo que tem potencial para alavancar os resultados da empresa: as condições climáticas favoráveis no final da safra de cana. Essas condições permitiram que a Raízen superasse as expectativas de moagem, reforçando sua eficiência operacional e sua capacidade de superar os desafios impostos pelo clima.
Além das projeções operacionais, o Bank of America estima um lucro líquido de R$ 745 milhões para a Raízen no 3T24. Essa projeção reforça a visão positiva do banco sobre a companhia, que mantém a recomendação de compra das ações da Raízen, com um preço-alvo de R$ 5. A recomendação reflete a confiança do BofA na gestão da empresa, na sua estratégia de negócios e na sua capacidade de gerar valor aos seus acionistas.
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