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Selic deve ficar em 10,50% neste ano, afirmam economistas

Para os economistas, o Copom deve manter a taxa no patamar atual na reunião desta semana e nas próximas, sem realizar novos cortes.

aumentoseliccopom
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Selic deve encerrar o ano em 10,50%, segundo o Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ante uma projeção de 9,75% anteriormente. Para os economistas, o Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a taxa no patamar atual na reunião desta semana e nas próximas, sem realizar novos cortes até dezembro.

Em relação à inflação, a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi revisada para cima, subindo de 3,6% para 3,9%, ficando, portanto, mais distante do centro da meta (3%) e próxima do teto (4,5%) estipulado para este ano.

“As incertezas relacionadas ao quadro fiscal e as previsões de inflação permanecendo acima do centro da meta tornam o ambiente mais volátil, sobretudo na trajetória dos juros longos e da taxa de câmbio”, afirma David Beker, vice-presidente do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA.

O grupo elevou a projeção para o déficit primário de 0,61% para 0,70% do PIB, com os economistas avaliando que o caráter expansionista da política fiscal diminui o espaço para a autoridade monetária promover uma redução dos juros no médio prazo.

No câmbio, a estimativa para o dólar ao final deste ano aumentou de R$ 5,00 para R$ 5,20, com as incertezas fiscais e a desancoragem das expectativas de inflação se refletindo também na desvalorização do real.

Para o PIB, a projeção de crescimento em 2024 foi mantida em 2,2%.

No cenário externo, a principal discussão continua relacionada aos juros americanos, com a expectativa de que o Fed (Federal Reserve) inicie o ciclo de queda em dezembro. Na avaliação dos economistas, mesmo com a leve desaceleração da inflação nos EUA, o banco central americano deve manter a cautela até que os resultados se consolidem nos próximos meses.

Todas as análises do Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA sobre as projeções estarão no Relatório Macroeconômico que será divulgado até 19 de junho.