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Sem educação: entenda porque as ações do setor desabaram

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Nesta segunda-feira (14), o setor de educação enfrentou um dia de intensa pressão, influenciado pelo resultado negativo reportado pela Ânima e pela divulgação de detalhes sobre a dinâmica dos repasses para o FG-FIES (Fundo Garantidor de Financiamento Estudantil), um fundo que visa cobrir a inadimplência do programa de financiamento estudantil. As principais empresas do setor, Ânima, Yduqs, Ser e Cogna, tiveram suas ações impactadas.

As ações da Ânima tiveram uma queda de 19%, enquanto a Yduqs despencou 15%, a Ser caiu 9,4% e a Cogna registrou um declínio de 6,10% ao longo do dia. A pressão se deveu, em parte, à comunicação feita pelo CFO da Ânima, Átila Simões, sobre a falta de clareza na comunicação do governo a respeito dos repasses para o FG-FIES. Simões também destacou que a empresa não possui visibilidade sobre a quantidade e quais alunos estão inadimplentes com o programa.

Rafael Barros, analista de educação da XP, ressaltou que essa questão colocou um novo grau de incerteza em um setor já volátil. As empresas do setor começaram a fazer repasses para o FG-FIES em 2015, quando houve uma mudança nas regras do programa para lidar com a alta inadimplência. As empresas que captam alunos por meio do financiamento do FIES passaram a contribuir para o FG-FIES. A regra determinava uma contribuição fixa até o final de 2022 e, a partir deste ano, o valor seria definido com base na inadimplência dos contratos gerados por cada empresa.

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No entanto, a falta de visibilidade sobre a inadimplência e os impactos dos repasses gerou incertezas e afetou as ações das empresas. O analista da Empiricus Research, Fernando Ferrer, mencionou que a redução do tíquete médio do curso de medicina, que possui um alto número de alunos do FIES, contribuiu para a queda na receita líquida da Ânima.

Apesar dos resultados negativos, houve pontos positivos no cenário. A Ânima manteve seus quatro pilares estratégicos (commerce, logística, Magalu Pay e Magalu Ads) que geraram um faturamento estável de R$ 8,6 bilhões no período. A empresa também reportou uma melhora na estrutura de capital, com uma geração de caixa razoável e redução do custo da dívida.

Contudo, a alavancagem da Ânima permanece como uma preocupação para o mercado, especialmente após a aquisição da Laureate em 2021. A empresa está trabalhando em frentes para reduzir essa alavancagem, buscando melhorar a eficiência operacional e explorar a monetização de ativos.

Apesar dos desafios, as empresas do setor de educação continuam buscando estratégias para lidar com as incertezas e superar os obstáculos apresentados pelo ambiente econômico e regulatório. A dinâmica das contribuições para o FG-FIES e a busca por otimização financeira são elementos fundamentais para a resiliência e a recuperação do setor no médio prazo.

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Nesta terça-feira (15) as ações seguem operando sobre forte volatilidade. As ações do grupo Ânima e Cogna reforçam quedas, enquando Yduqs e Ser Educacional recuperam parte das perdas. SEER3 opera em forte alta, se destacando no pregão. No mês, a ação acumula alta de 22%.

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