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A estreia do SNEL11, um fundo imobiliário focado em usinas de geração solar distribuída, na B3 nesta quinta-feira, representa um marco significativo no mercado de Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) e no setor de energia limpa no Brasil. Gerido pela Suno Asset, o SNEL11 inaugura uma nova tese no mercado de FIIs, oferecendo um retorno estimado em IPCA + 20% para os cotistas, um valor bem superior ao da maioria dos FIP-IEs (fundos de infraestrutura) listados na Bolsa.
O fundo levantou inicialmente R$ 50 milhões em dezembro do ano passado para a construção de sete usinas solares localizadas em Minas Gerais, Pernambuco e no Ceará, com uma capacidade total instalada de 11 MW. A listagem do SNEL11 na B3 só ocorreu agora devido a um acordo de lockup de 12 meses com os investidores originais, período necessário para a finalização da construção desses ativos.
Atualmente, o fundo está finalizando uma segunda emissão de cotas para captar mais R$ 116 milhões, que serão investidos na construção de seis a oito novas usinas, elevando a capacidade instalada para mais de 30 MW. Esta segunda emissão conta com um compromisso de R$ 70 milhões de dois investidores-âncora e cerca de R$ 20 milhões exercidos em direito de preferência pelos cotistas atuais.
Interessante notar que do total captado nesta segunda emissão, R$ 16 milhões são destinados como uma “taxa de ingresso” para garantir que a distribuição mensal de dividendos se mantenha no mesmo patamar atual (R$ 1,60 por cota) mesmo durante o período de obras das novas usinas.
A estruturação do SNEL11 como um FII foi crucial para garantir a isenção de Imposto de Renda e turbinar o retorno. Ao invés do modelo tradicional de arrendamento de terras para construção de usinas, o SNEL11 adotou um contrato de direito de uso de superfície, transferindo as terras ao fundo pelo prazo de 30 anos.
A receita do fundo provém do aluguel da capacidade da usina para consumidores de baixa tensão, como casas, apartamentos e comércios de pequeno porte. O retorno estimado pela Suno é significativamente mais alto do que a maioria dos FIP-IEs, que negociam hoje com uma TIR entre IPCA + 9% e IPCA + 12%.
Este lançamento é um passo importante para o mercado de energia limpa no Brasil, oferecendo aos investidores uma oportunidade única de participar do crescimento do setor de energia solar, um segmento em franca expansão e de grande relevância para o futuro sustentável do país.
Câmara aprova exploração de energia eólica em alto mar, com reserva para carvão
A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (29) projeto de lei que regulamenta a oferta e outorga de áreas para exploração de energia elétrica em alto mar (offfshore), como por geração eólica. O Projeto de Lei 11247/18, do Senado, retorna àquela Casa devido às mudanças.
De acordo com o parecer aprovado, do deputado Zé Vitor (PL-MG), caberá ao Poder Executivo definir quais áreas serão passíveis de instalação de equipamentos geradores, devendo harmonizar as políticas públicas de seus órgãos (como Energia e Meio Ambiente) a fim evitar ou mitigar potenciais conflitos no uso dessas áreas.
O texto incorpora ainda mudanças na obrigatoriedade de contratação de energia de termelétricas a gás natural vinculada à privatização da Eletrobrás e determina a compra de energia de reserva gerada a partir do carvão mineral. No encaminhamento da votação do texto, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) alertou que essas mudanças não têm compromisso se sanção pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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