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Tíquete médio de carros usados se recupera e mercado inicia volta à normalidade

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O mercado de veículos usados parece ter voltado ao “normal” em agosto. Depois de um mês de julho fora da curva com queda no preço médio e no tempo do giro do estoque, o segmento registrou alta de 3,8% no valor dos automóveis e comerciais leves, saltando para R$ 77.578. A informação é do Estudo Performance de Veículos Usados PVU, realizado pela MegaDealer com base nos dados da Auto Avaliar. Os lojistas também puderam comemorar a manutenção da margem bruta média de 10,9% contra 11% no mês anterior, praticamente estável.

A pesquisa tem como base dados de vendas realizadas por meio da plataforma Auto Avaliar, que conta com 2.452 concessionárias, de 23 marcas, cadastradas em todo o Brasil. O levantamento também mostra que o giro de estoque subiu para 45 dias, um pouco acima dos 41 do mês anterior, nos carros comercializados pela plataforma, mas dentro da média usual. Segundo Fábio Braga, Country Manager da MegaDealer, as distorções observadas nos números de julho foram causadas pela política de incentivo aos carros novos lançada pelo governo federal.

“O programa foi lançado no final de junho, mas começou a funcionar de fato em julho. Então, com preços de automóveis zero Km menores, os valores de carros seminovos e usados foram ajustados para baixo, modificando temporariamente a dinâmica do mercado. Como não houve continuidade do incentivo, o fluxo de vendas e a precificação voltaram a funcionar de acordo as leis de oferta e procura em agosto”, avalia.

A recuperação de preços ocorreu nos automóveis com mais de três anos de uso, os chamados “carros usados”. Veículos fabricados de 2016 a 2019 apresentaram alta de 1,6% no tíquete médio e aqueles produzidos entre 2012 e 2015, aumento de 3,2%. No entanto, como a redução em julho havia sido muito acentuada, respectivamente, -5,6% e -8,4%, os valores médios de agosto ainda estão abaixo do que estavam em junho.

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Os seminovos, aqueles fabricados entre 2020 e 2022, ainda estão com dificuldades para recuperarem seus preços. Na contramão dos demais e mesmo sem o impacto direto do incentivo governamental, eles apresentaram redução média de 1% no mês de agosto na comparação com julho.

“O impacto dos preços de veículos novos é maior sobre seminovos do que sobre os usados. Essa seria a razão para automóveis com até três anos de uso terem uma performance um pouco pior”, explica Braga.

Por segmento, o pior desempenho em termos de preço médio foi observado no grupo das picapes, que no oitavo mês do ano registrou recuo de 2,2% ante o mês anterior. Assim, o valor caiu de R$ 138.879 para R$ 135.792. Na sequência está o grupo de sedans compactos (-1,9%), redução de R$ 76.585 para R$ 75.114 e o de SUVs (-1,1%), de 107.330 para R$ 106.109. Hatch compacto (-0,2%), Premium (-0,1%) e sedans médios (0%) completam a lista de seminovos que sofrem para alcançar os preços de outrora.

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